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20/09/2000 - 18h16

SP informatiza polícia para tentar combater crimes em 'tempo real'

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CRISPIM ALVES
Coordenador de Cidades da Folha Online

Dois anos e quatros meses após ter sido anunciado, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo vai passar a fazer, enfim, o mapeamento eletrônico das estatísticas criminais, projeto que prevê a informatização de todas as unidades das Polícias Civil e Militar e permite a compilação de dados em tempo real. O programa foi chamado de Infocrim.

No papel, a estatística informatizada e mapeada por região deverá melhorar e agilizar o planejamento policial no combate aos crimes de maior incidência em determinada rua, avenida ou região.

Por exemplo, se o DP de Moema registrou em determinada noite cinco ocorrências de furto ou roubo de veículo nas imediações da alameda dos Jurupis, esse dado é comunicado o mais rápido possível ao comandante da PM na região, que poderá fazer uma operação especial naquela área no mesmo dia em que recebeu os dados. Hoje, a maior parte do planejamento da polícia é feita mês a mês.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança, todos os detalhes do Infocrim serão apresentados à imprensa nesta quinta-feira, às 10h30, pelo governador Mário Covas.

De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, o Infocrim, que já está funcionando há cerca de um mês em caráter de teste, fará, inicialmente, o mapeamento do crime apenas na cidade de São Paulo. Depois, ele será estendido para o restante do Estado. Não foi informado o custo total do programa.

A idéia de se criar um mapeamento informatizado do crime em São Paulo surgiu em maio de 98, na gestão de José Afonso da Silva à frente da Secretaria da Segurança. Na época, falou-se em um investimento de R$ 60 milhões na informatização de todas as unidades das polícias no Estado.

Na concepção original, o projeto se chamava Intraseg (Intranet da Segurança Pública). A intranet é uma rede interna com tecnologia de Internet que possibilita interligações e troca de informações entre todos os departamentos de uma empresa, no caso a Secretaria da Segurança.

Na época que o projeto foi anunciado, o então secretário-adjunto da Segurança, Luiz Antonio Alves de Souza, havia afirmado que, com a Intraseg em operação, dificilmente haveria divergências nas estatísticas relativas à violência, como as apresentadas entre os balanços divulgados pela própria secretaria e os relatórios publicados no "Diário Oficial" do Estado.

No início de maio de 98, a Folha revelou que os dados do mês anterior referentes à região metropolitana de São Paulo eram diferentes nos dois levantamentos. No caso dos homicídios dolosos na capital, por exemplo, a secretaria tinha divulgado 71 casos a mais que o relatório oficial.

O projeto original era interligar os computadores de todas as delegacias da capital com uma central de informática que estava sendo montada na secretaria. A interligação iria permitir uma transmissão on line de todas as ocorrências. O armazenamento de dados seria feito pela Prodesp (empresa de processamento de dados do Estado).

Além de dados mais fiéis, segundo havia dito Alves de Souza, o principal objetivo do sistema era tentar agilizar as intervenções da polícia no combate ao crime. Diariamente, todas as delegacias e companhias da PM receberiam um balanço das ocorrências do dia anterior. O mapeamento iria trazer os crimes ocorridos em todas as ruas que ficam na área abrangida pelas delegacias.

A assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes não soube informar se o projeto a ser lançado amanhã é o mesmo anunciado a dois anos e quatro meses.

E-mail: crispimalves@uol.com.br

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