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20/09/2000 - 19h08

Deputado quer perdão judicial para testemunha da CPI do Narcotráfico

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EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha

O presidente da CPI do Narcotráfico da Câmara dos Deputados, Magno Malta (PTB-ES), esteve reunido ontem em São Luís com juízes e um desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão para pedir o perdão judicial do motorista Jorge Meres, principal testemunha da comissão.

O deputado teme pela segurança de Meres. Segundo Malta, se for condenado, ele será morto dentro da cadeia.

"Isso desmoralizaria o programa de proteção a testemunhas do governo. Ninguém mais iria querer contribuir com as autoridades, pois não se sentiria seguro."

Por ter problemas com a Justiça, o motorista não pode integrar o Programa Nacional de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, do Ministério da Justiça. "Pretendo livrá-lo de todos os entraves judiciais para incluí-lo no programa, pelos serviços que ele já prestou ao país", declarou Malta.

O motorista está sob proteção Polícia Federal e responde a três processos no Maranhão por receptação e apropriação indébita de veículos roubados, estelionato e formação de quadrilha.

O juiz Alexandre Lopes de Abreu, que participou da reunião, disse que o perdão judicial foi descartado, pelo fato de o motorista não ser réu primário.

Mas ele afirmou que isso não significa que Meres não poderá ser incluído no programa em razão dos problemas com a Justiça maranhense. Mas o motorista também teria pendências jurídicas no Rio Grande do Sul, segundo o deputado Malta.

O juiz Abreu, responsável pela comarca de Santa Luzia, adiantou que ele e a juíza de Vitória do Mearim, Tereza Cristina Mendes, locais onde tramitam os processos contra Meres, "estão sensíveis ao caso e poderão beneficiá-lo".

Delator

Testemunha-chave da CPI, Jorge Meres, motorista e ex-funcionário do empresário de Campinas (SP) William Sozza, foi a primeira testemunha a dizer à comissão que o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal e o deputado Augusto Farias (PPB-AL) seriam comparsas numa quadrilha de tráfico de drogas e roubo de cargas com conexões entre diversos Estados brasileiros. O bando seria liderado pelo ex-deputado estadual José Gerardo de Abreu. Sozza, que está foragido, também faria parte da organização criminosa.

Hildebrando, que também é acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre, foi preso em setembro do ano passado.

Após as denúncias do motorista, o deputado Farias passou a ser investigado pela CPI. Ele nega o seu envolvimento e diz que nunca teve nenhum contato com Hildebrando. José Gerardo está preso no Maranhão desde novembro passado.

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