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21/09/2000 - 03h16

Cerrado goiano deve virar nova reserva ecológica

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VIVIANE PEREIRA, da Agência Folha

O cerrado do nordeste goiano deverá ser reconhecido como Reserva da Biosfera pela Unesco em novembro próximo.

Isso significa que a região terá, com o título, maior facilidade para receber ajuda internacional e financiamentos para a preservação de sua biodiversidade, para a implantação de projetos de desenvolvimento sustentado e para sua divulgação no exterior.

A proposta já foi aprovada pela entidade brasileira responsável por esse tipo de classificação, o Comitê Brasileiro do ''Man and Biosphere'' _órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente com participação da Unesco e de entidades ambientalistas.

Agora, ela está sendo avaliada pelo Conselho Internacional de Coordenação da Unesco, em Paris. O resultado sairá em encontro entre 6 e 10 de novembro.

Objetivo

O principal objetivo das reservas é conciliar a conservação da biodiversidade e dos recursos biológicos com o desenvolvimento econômico sustentável, além do aprimoramento científico.

Na avaliação do coordenador de meio ambiente da Unesco, Celso Salatino Schenkel, o dossiê da Reserva da Biosfera do Cerrado Fase 2 enviado ao conselho da Unesco foi bem aceito. "É bastante completo, consistente e tem grandes perspectivas de ser aprovado", afirmou Schenkel.

Paulo Paiva, superintendente de Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente de Goiás, afirmou que o reconhecimento da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) é importante para a preservação das áreas de cerrado.

"Nós buscamos um desenvolvimento sustentável, para que as pessoas da região possam ter um crescimento social e econômico sem destruir o meio ambiente", disse Paiva.

Pelo mundo

O organismo das Nações Unidas tem cerca de 400 reservas espalhadas por quase 90 países.

No Brasil, existem a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em todo o litoral do país, a do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e a do Cerrado Fase 1, que fica no Distrito Federal.

Além do cerrado goiano, está em estudo a proposta da Reserva da Biosfera do Pantanal. O governo brasileiro quer criar outras reservas e deve apresentar no próximo ano planos para a caatinga, no Nordeste, e para a Amazônia.

O coordenador de meio ambiente da Unesco afirmou que a entidade costuma entrar com o investimento inicial e depois apresentar o projeto para entidades internacionais.

Schenkel cita o caso da proposta do ecomercado de trabalho, desenvolvido pelo Projeto Cinturão Verde, em São Paulo, que capacita jovens para profissões ligadas à questão ambiental.

A Unesco ajudou com recursos iniciais e mostrou o projeto para a Fundação das Nações Unidas, que aprovou a idéia e fará uma doação de US$ 200 mil ao longo de três anos.

O organismo da ONU tem ainda um acordo com o Ministério do Meio Ambiente, que reserva recursos de R$ 800 mil (também em três anos) para a consolidação das três reservas da Biosfera já existentes no Brasil.

Divisão

As reservas da biosfera tem zonas-núcleo, que são unidades de conservação, zonas de amortecimento, que cercam as zonas-núcleo e têm atividades econômicas compatíveis com práticas ambientais, e zonas de transição, com direcionamento para o uso sustentado da terra.

O Cerrado Fase 2 envolve 16 municípios e tem como zonas-núcleo o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o Parque Estadual de Terra Ronca e o Parque Municipal de Itiquira, com uma área total de 115.714 hectares.

As zonas de amortecimento formam uma área de 900 mil hectares. As zonas de transição ocupam a maior parte do Cerrado Fase 2 _1,9 milhão de hectares.

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