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26/01/2005 - 23h19

Surfistas retornam e culpam eleição americana por prisão "ridícula"

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GABRIELA MANZINI
da Folha Online

O paraibano Mizael Cabral, 29, e o carioca Daniel Correa, 28, chegaram ao Brasil por volta das 20h15 desta quarta-feira, depois de terem sido presos, no ano passado, sob acusação de terem reportado falsamente a presença de uma bomba em sua bagagem, no aeroporto de Miami (EUA). Para os brasileiros, as eleições presidenciais americanas, que ocorreram dias depois, influenciaram no comportamento dos policiais.

"A acusação é exagerada e ridícula. Por que dois brasileiros explodiriam um vôo doméstico, cheio de brasileiros?", disse Cabral no aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos).

"Nunca houve um brasileiro terrorista, nem nunca haverá. Da próxima vez que for a um aeroporto, vou me comportar como sempre me comportei, porque tenho certeza de que não fizemos nada de errado", afirmou Correa.

O problema começou quando policiais americanos encontraram uma bomba de sucção --usada na fabricação de pranchas de snowboard-- na mala de Cabral. Ao explicar do que se tratava, entretanto, ele teria dito "bomb" --termo usado para designar artefatos explosivos-- ao invés de "pump". Pouco depois, ao ter a mala revistada, Correa disse que ela "explodiria", pois estava muito cheia.

Os brasileiros, que se conheceram no exterior há três anos, pretendem abrir uma empresa de fabricação de pranchas para snow e sandboard --modalidades de surfe no gelo e na areia, respectivamente-- e, por isso, traziam os equipamentos.

Penas

A confusão levou a dupla, inicialmente, para uma prisão federal. Após 28 dias, eles foram transferidos para um centro de detenção de imigrantes --já que suas autorizações de permanência no país estavam vencidas em até 3 anos. Por ser filho de uma americana, Correa ficou outros 3 dias detido e pagou US$ 5.000 como fiança enquanto Cabral permaneceu 15 dias e teve a fiança estipulada em US$ 15 mil.

Como os acusados podem solicitar a devolução dos valores na embaixada americana de seu país de origem, foi possível negociar, com um financiador, o pagamento de apenas US$ 3.000. Pela realização das audiências e do julgamento, o governo americano cobrou, ainda, US$ 2.025 de cada um.

Mesmo após o pagamento das fianças, os brasileiros tiveram que permanecer mais de um mês em prisão domiciliar, sob a custódia da mãe de Correa, enquanto aguardavam a sentença. Os aparelhos --similares a relógios de pulso-- foram instalados em suas pernas e conectados ao telefone.

Com isso, os brasileiros estão proibidos de irem aos Estados Unidos nos próximos dez anos. "Poderiam ter estipulado outros dez, porque não pretendemos voltar tão cedo. Agora, vamos comprar todo o material que precisamos pela internet", disse Cabral.

Prisão

Os brasileiros contam que foram obrigados a usar uniformes na prisão federal e permaneceram, separados, em celas para duas pessoas. "Passamos muito frio e a comida era horrível. Estivemos com criminosos até de máfias italianas" disse Cabral.

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