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12/02/2005 - 08h15

Região de Campinas tem 3 das cidades mais violentas

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da Folha de S.Paulo

Das dez cidades com maior número de homicídios dolosos por 100 mil habitantes do Estado de São Paulo em 2004, três ficam na região de Campinas (95 km de SP). A polícia local reconhece que a região é problemática, mas afirma que medidas foram tomadas para minimizar a situação.

É a primeira vez que Sumaré aparece no grupo dos dez. Hortolândia (105 km de SP), na segunda colocação em 2004, e a própria Campinas, no 10º lugar, já fizeram parte dessa lista nos últimos anos.

"Existe uma tendência de queda, mas [a estatística] ainda está em um nível alto", disse o diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) 2, em Campinas, delegado José Laerte Goffi Macedo.

Das três cidades, duas registraram queda em relação ao ano anterior e uma, Sumaré, crescimento dos registros em 2004, o que lhe garantiu uma inédita liderança no ranking do Estado.

A conclusão de um concurso, em andamento, para investigadores vai permitir a transferência de mais policiais para esses municípios, segundo o delegado.

O coronel Reynaldo Pinheiro Silva, comandante do CPI (Comando de Policiamento do Interior) 2 da PM, disse que um batalhão, a ser instalado até o final do mês em Sumaré, vai permitir quase dobrar o número de policiais.

Segundo o secretário de Segurança Pública de Sumaré, Roberto Fernandes Guimarães, o inchaço populacional e o aumento do desemprego explicam as estatísticas. "A atividade industrial não caiu, mas as empresas querem trabalhadores qualificados."

Ele sustentou que os crimes também podem ter relação com a unidade prisional existente na cidade --um Centro de Ressocialização, que abriga presos em regime fechado, semi-aberto e provisório. "O presídio traz gente boa e gente ruim", afirmou.

O coordenador da CAP da Secretaria da Segurança Pública, Túlio Kahn, afirma que as estatísticas não mostram que a morte de presos tenha influenciado nos coeficientes e afirma que não há nenhum levantamento sobre o envolvimentos das visitas dos presos em crimes na região. Segundo ele, a análise do nível de criminalidade de uma cidade é complexa e exigia o estudo de outros índices, inclusive sociais.

Para o deputado Vanderlei Siraque (PT), da comissão de segurança da Assembléia Legislativa, os índices sociais não são a única explicação. "A polícia é só reativa. Não há planejamento na área de segurança. Age de forma pontual onde tem reclamação", disse.

Siraque acredita que o fenômeno da "interiorização do crime" só ocorreu porque o governo priorizou a segurança na região metropolitana. "Agora corre contra o prejuízo", afirmou.

O ouvidor da polícia paulista, Itajiba Farias Ferreira Cravo, afirma que uma das deficiências no interior é a polícia científica. "O interior não é mais aquele interior. Houve um processo de metropolização que requer um aumento do suporte dessas cidades", afirmou Cravo.

Hortolândia

No segundo lugar no Estado, Hortolândia sofre defasagem de 50% no efetivo de policiais civis, de acordo com o delegado titular da cidade, Peterson Tadeu de Melo. Há 34 agentes atuando em três delegacias. Para o delegado, seria necessário o dobro. Hortolândia tem 190 mil habitantes.

Segundo o delegado, o problema de falta de efetivo deve ser minimizado com a contratação de mais funcionários ainda neste ano.
As polícias Civil e Militar dizem estar intensificando as rondas em locais perigosos.

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