Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/02/2005 - 10h31

Mancha Verde deixa terreno ocupado irregularmente desde 1998

Publicidade

FELIPE NEVES
da Folha Online

A Justiça cumpriu na manhã desta terça-feira a ordem de reintegração de posse de um terreno onde funciona a escola de samba Mancha Verde, na avenida Abraão Ribeiro, região da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. A área era ocupada desde 1998, e o processo de desocupação corria na Justiça desde 2001.

O terreno --de aproximadamente 3.200 m²-- pertence à prefeitura e foi ocupado irregularmente. "Era um terreno baldio, de onde tiramos uns 800 caminhões de terra", afirmou Paulo Serdan, presidente da Mancha Verde.

Os responsáveis da escola foram alertados pela primeira vez em setembro de 2002. "Devido aos trâmites legais, a reintegração só foi determinada hoje (terça-feira)", disse o subprefeito da Lapa, Paulo Magalhães Bressan.

Bressan afirmou que o motivo da operação é "ocupação de área pública sem a devida permissão". E admitiu que a área não será aproveitada imediatamente. "A destinação dessa área ainda vai ser definida pela prefeitura."

Apesar do aparato militar montado, a operação ocorre sem incidentes. "O que nós estamos fazendo agora é cumprir uma determinação judicial. Tem que cumprir porque a gente tomou posse de um terreno sem autorização", disse Serdan. A escola foi informada da semana passada que a operação aconteceria nesta terça-feira.

"Lavagem espiritual"

A Polícia Militar afirma ter encontrado duas bombas caseiras --feitas com pólvora e pedra-- durante vistoria no local. O presidente da Mancha Verde nega. "Ninguém encontrou bomba, encontraram um pouco de pólvora. É coisa desses loucos aí da polícia. Os caras querem fazer terrorismo. Eles não admitem que armaram um esquema de guerra para não achar nada", disse Serdan.

A reportagem não conseguiu conversar com o policial responsável pela operação para comentar a declaração de Serdan.

O presidente da Mancha admitiu que não sabia o que aquela pólvora fazia na sede da escola. E encontrou uma possibilidade, no mínimo, curiosa. "A gente faz lavagem espiritual depois de todos os desfiles. Pode ser que tenham feito uma queima de pólvora", disse. O material foi encaminhado ao 23º DP, em Perdizes, para perícia.

Futuro e projetos sociais

Serdan disse que a despejo da sede não prejudicará a escola no próximo Carnaval. "O Carnaval é só no final de fevereiro do ano que vem. Até lá a gente dá um jeito".

Em 2005, a Mancha Verde desfilou pela primeira vez no Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. A escola teve alguns problemas no desfile e não conseguiu uma boa pontuação, ficando na 10ª posição. Mancha Verde e Gaviões da Fiel, as duas escolas ligadas a torcidas organizadas, devem se encontrar no desfile do ano que vem.

Segundo Serdan, a escola vai procurar ajuda com base na lei que incentiva a cultura. "Tem uma lei que protege as quadras de samba, nós vamos ver se pode ajudar".

Na sede da Mancha Verde, atuava também a ONG Cidadania e Beleza, que está ligada à ADS (Agência de Desenvolvimento Social) do Estado. Segundo Serdan, a entidade beneficia mais de cem mulheres -- com cursos como de estética e corte de cabelo-- e mais de 200 crianças --com cursos de informática e futebol.

Na opinião de Bressan, a escola deve manter os projetos sociais, mas em outro lugar. "Tenho certeza que a prefeitura encontrará uma solução junto à direção da escola para que a ONG continue o trabalho na comunidade", disse.

Leia mais
  • Prefeitura acompanha reintegração de posse em área da Mancha Verde

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Mancha Verde
  • Leia o que já foi publicado sobre reintegração de posse
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página