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04/03/2005
-
09h33
ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo
O presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, já admite oficialmente mudar as regras atuais do rodízio municipal de veículos para implantá-lo somente nas grandes avenidas de São Paulo e aponta, em entrevista à Folha, benefícios que ele vê no modelo.
Trata-se de uma forma de alteração que, de um lado, poderia estender a restrição a corredores fora do centro expandido e em um intervalo maior de tempo, mas, de outro, excluiria as vias locais que hoje estão dentro do rodízio.
"A gente liberaria a miniviagem. Ou seja, para quem mora num bairro e quer ir da casa dele até a escola do filho. Hoje, ele não pode. Mas, se ele fizer esse deslocamento, não está sobrecarregando os corredores congestionados. Se você indica as vias em que as regras do rodízio vão existir, todo espaço urbano que não é aquele corredor fica liberado", afirma, citando nominalmente entre os alvos as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Brasil, Faria Lima e a Prof. Francisco Morato, que hoje está fora da restrição veicular (por não estar no centro expandido, delimitado pelas marginais Pinheiros e Tietê, entre outras).
No total, a nova proposta abrange entre 200 km e 400 km dos 15 mil km de vias da cidade.
Scaringella diz que apresentará os estudos ao prefeito José Serra (PSDB) no intervalo de um a dois meses. Além dessa possibilidade, ele também analisa as ampliações de tempo (hoje é das 7h às 10h e das 17h às 20h), do número de placas e da área do rodízio baseadas no modelo atual --opções já estudadas e rejeitadas por técnicos da mesma CET, porém na gestão Marta Suplicy (PT).
Ele afirma que a escolha será de Serra, nega-se a admitir uma preferência pessoal ("seria um desserviço dizer que tenho simpatia por A ou por B"), mas antecipa argumentos da restrição por vias.
"É preciso utilizar mais os horários ociosos e os espaços ociosos. Se der para aliviar vias muito congestionadas utilizando mais vias secundárias, é uma forma de distribuir a demanda de viagens mais racionalmente, obtendo uma eficiência maior", defende.
Essa opção é polêmica e deverá enfrentar a resistência de urbanistas, que temem a ocupação de ruas tranqüilas por carros. Ou seja, que a restrição, ao incentivar a fuga dos corredores, deixe entupidos diversos bairros residenciais.
Questionado pela reportagem sobre esse risco, Scaringella classificou de "inevitável" e "inexorável" a elevação do fluxo fora das avenidas principais e disse que é algo que ocorre há 30 anos.
O presidente da CET define essa tendência como uma "redistribuição de viagens" e afirma que "os 20% [da frota] em cada dia que não podem pegar os corredores vão tentar se resolver mais próximos da residência deles".
Scaringella diz, entretanto, que "existem áreas estritamente residenciais, pela peculiaridade da localização, onde pode ser dado um tratamento que compatibilize os interesses locais e de passagem".
A intenção da gestão Serra de estudar um rodízio por via havia sido revelada pela Folha no dia 25 de janeiro. Mas, na época, além de não ser oficial, ela era vista como complemento, e não como substituição do sistema atual --pensava-se em manter a restrição por área, mas acrescentando algo específico nos corredores. A idéia ganhou força desde então.
Defensor nos últimos anos do pedágio urbano, Scaringella diz que a idéia "está fora de cogitação". Afirma hoje que "medidas radicais" poderiam "quebrar" algumas atividades, mas atribui a decisão de "não entrar por esse caminho" ao próprio governo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre rodízio de veículos
CET planeja adoção do rodízio de veículos só nas grandes avenidas
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da Folha de S.Paulo
O presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, já admite oficialmente mudar as regras atuais do rodízio municipal de veículos para implantá-lo somente nas grandes avenidas de São Paulo e aponta, em entrevista à Folha, benefícios que ele vê no modelo.
Trata-se de uma forma de alteração que, de um lado, poderia estender a restrição a corredores fora do centro expandido e em um intervalo maior de tempo, mas, de outro, excluiria as vias locais que hoje estão dentro do rodízio.
"A gente liberaria a miniviagem. Ou seja, para quem mora num bairro e quer ir da casa dele até a escola do filho. Hoje, ele não pode. Mas, se ele fizer esse deslocamento, não está sobrecarregando os corredores congestionados. Se você indica as vias em que as regras do rodízio vão existir, todo espaço urbano que não é aquele corredor fica liberado", afirma, citando nominalmente entre os alvos as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Brasil, Faria Lima e a Prof. Francisco Morato, que hoje está fora da restrição veicular (por não estar no centro expandido, delimitado pelas marginais Pinheiros e Tietê, entre outras).
No total, a nova proposta abrange entre 200 km e 400 km dos 15 mil km de vias da cidade.
Scaringella diz que apresentará os estudos ao prefeito José Serra (PSDB) no intervalo de um a dois meses. Além dessa possibilidade, ele também analisa as ampliações de tempo (hoje é das 7h às 10h e das 17h às 20h), do número de placas e da área do rodízio baseadas no modelo atual --opções já estudadas e rejeitadas por técnicos da mesma CET, porém na gestão Marta Suplicy (PT).
Ele afirma que a escolha será de Serra, nega-se a admitir uma preferência pessoal ("seria um desserviço dizer que tenho simpatia por A ou por B"), mas antecipa argumentos da restrição por vias.
"É preciso utilizar mais os horários ociosos e os espaços ociosos. Se der para aliviar vias muito congestionadas utilizando mais vias secundárias, é uma forma de distribuir a demanda de viagens mais racionalmente, obtendo uma eficiência maior", defende.
Essa opção é polêmica e deverá enfrentar a resistência de urbanistas, que temem a ocupação de ruas tranqüilas por carros. Ou seja, que a restrição, ao incentivar a fuga dos corredores, deixe entupidos diversos bairros residenciais.
Questionado pela reportagem sobre esse risco, Scaringella classificou de "inevitável" e "inexorável" a elevação do fluxo fora das avenidas principais e disse que é algo que ocorre há 30 anos.
O presidente da CET define essa tendência como uma "redistribuição de viagens" e afirma que "os 20% [da frota] em cada dia que não podem pegar os corredores vão tentar se resolver mais próximos da residência deles".
Scaringella diz, entretanto, que "existem áreas estritamente residenciais, pela peculiaridade da localização, onde pode ser dado um tratamento que compatibilize os interesses locais e de passagem".
A intenção da gestão Serra de estudar um rodízio por via havia sido revelada pela Folha no dia 25 de janeiro. Mas, na época, além de não ser oficial, ela era vista como complemento, e não como substituição do sistema atual --pensava-se em manter a restrição por área, mas acrescentando algo específico nos corredores. A idéia ganhou força desde então.
Defensor nos últimos anos do pedágio urbano, Scaringella diz que a idéia "está fora de cogitação". Afirma hoje que "medidas radicais" poderiam "quebrar" algumas atividades, mas atribui a decisão de "não entrar por esse caminho" ao próprio governo.
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