05/03/2005 - 21h32

Psicóloga diz que jovem de família envenenada queria sossego

da Folha de S.Paulo

Única sobrevivente da família que morreu envenenada por arsênico em Campinas (a 95 km de São Paulo) no final de janeiro, a adolescente de 15 anos disse que fugiu da casa da avó materna, na cidade paulista, para o Paraná "em busca de sossego".

A informação foi dada neste sábado pela psicóloga forense Maria de Fátima Franco dos Santos, que foi designada pela polícia para acompanhar o caso. A psicóloga viajou nesta sexta-feira Guaíra (PR) para resgatar a jovem, que estava desaparecida desde o dia 21 de fevereiro. Ela estava hospedada num hotel da cidade.

Abatida e muito carente, de acordo com a psicóloga, ela afirmou que não estava "agüentando a pressão".

De acordo com o advogado da família, Daniel Keleti, ela passa bem. Os médicos que acompanham o caso devem fazer novos exames físicos e psicológicos na jovem a partir de segunda-feira.

No dia 30 de janeiro, o pai da adolescente, o médico homeopata Hudson da Silva Carvalho, 46, a mãe, Thelma Migueis Carvalho, 43, e a irmã de 17 anos morreram intoxicados. Exames indicaram que havia altas doses de arsênico no organismo deles. A substância, em doses menores, também foi encontrada no corpo da adolescente.

O inquérito que apura o envenenamento está sob sigilo de Justiça. A polícia não dá informações sobre o resgate no Paraná nem diz onde a menina está. Tampouco informa se a jovem fugiu para o Paraná acompanhada.

Antes de fugir, a garota gravou um vídeo. Na gravação, ela dizia que se sentia pressionada.

Na última segunda-feira, o delegado titular do 4º DP, Claudio Alvarenga, foi afastado do comando do caso por determinação da Secretaria da Segurança Pública. O motivo foi a divulgação do vídeo para o programa "Fantástico", da Rede Globo.

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