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08/03/2005 - 10h33

Avanço na situação da mulher continua "desigual e lento", diz "El País"

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

Os avanços na promoção da igualdade entre os sexos foram mais desiguais e mais lentos do que o esperado em todo o mundo, segundo a edição desta terça-feira, Dia Internacional da Mulher, do jornal espanhol "El País".

Mesmo tendo mais acesso à educação ou maior presença nos Parlamentos, a pobreza aumentou (sete em cada dez pobres são mulheres) e a Aids progride entre a população feminina, sobretudo na África subsaariana, lembra o diário.

Em 1995 foram assinados compromissos para promover a igualdade entre homens e mulheres na Conferência de Pequim. Desde o dia 28 do mês passado, representantes de mais de cem países reunidas na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, estão reunidas para passar em revista o documento e avaliar o que foi feito desde então.

A cúpula prossegue até o dia 11, mas já se vê que "persistem os desafios e obstáculos" na luta das mulheres para alcançar a igualdade, diz o "El País".

"A atitude [em relação às mulheres] não mudou juntamente com a política e os planos jurídico e institucional", salienta a presidente do comitê social sobre a situação da mulher, Kyung-Wha Kang.

A princesa da Jordânia, Basma Bint Talal, disse, por sua vez, que os progressos ainda são "frustrantemente lentos". "Resta muito a fazer e aprender em questões críticas", disse.

Entre os fatores que perpetuam a discriminação em relação às mulheres, segundo a conferência na ONU, estão a discriminação no trabalho, as diferenças salariais e as desigualdades no acesso aos recursos produtivos. Segundo as representantes, é necessário dispor de dados atualizados para poder avaliar a situação das mulheres e dos homens que vivem na pobreza e o impacto real das políticas, diz o "El País".

No campo da educação, o êxito da última década na questão do combate à desigualdade foi o "notável" aumento de matrículas femininas no ensino superior, com a ampliação dos campos de estudos e a maior presença feminina em áreas tradicionalmente ocupadas por homens, como engenharia, ciências e tecnologia.

Em países menos desenvolvidos, no entanto, e sobretudo no meio rural, meninas e adolescentes ainda encaram o obstáculo de conciliar estudos com, por exemplo, trabalhos domésticos. "Com freqüência não têm acesso à escola, ou devem abandoná-la sem concluir o primário para ajudar a família", diz o "El País". "Segundo estimativa da Unicef, 75% dos analfabetos que vivem no mundo são mulheres."

O uso de meios anticoncepcionais em boa parte do mundo aumentou, mas persiste o problema da gravidez de adolescentes e os abortos inseguros, segundo o grupo reunido na ONU. No que diz respeito à aids, as mulheres já são 47% dos infectados, segundo a ONUSida (órgão da Organização das Nações Unidas que realiza estudos dobre a Aids). Na África subsaariana, esse nível chega a 57% de todos os infectados.

O combate à violência doméstica também enfrenta obstáculos que tornam sua erradicação lenta, como é o caso em alguns países onde se acredita que o homem tem o direito de bater na mulher em caso de desobediência, diz o jornal espanhol.

O número de mulheres ocupando assentos em câmaras legislativas no mundo todo atingiu 15,7%, servindo de "amostra da evolução da mulher no poder político, sobretudo em nível local", diz o "El País", mas ainda assim ocupam lugares "menos relevantes" no processo de tomada de decisões, ficando com as pastas de áreas mais ligadas a questões sociais.

Com agências internacionais

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