Publicidade
Publicidade
08/03/2005
-
22h08
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
Houve tumulto e protestos em frente ao fórum de Sobral (233 km de Fortaleza), onde foram ouvidas, nesta terça-feira, nove testemunhas do crime em que o juiz Pedro Pecy Barbosa Araújo, 57, é acusado de matar o vigia José Renato Coelho Rodrigues, 32, no dia 27 de fevereiro. Um dos manifestantes chegou a ser preso por jogar um capacete contra um carro da Polícia Militar.
Araújo já depôs na semana passada e afirmou que o disparo foi acidental, depois de ter sido impedido pelo vigia de entrar em um supermercado, que já estava fechado. Toda a cena do crime foi flagrada pelo circuito interno de TV da loja.
As gravações mostram o momento em que juiz entra no local, com a arma na mão, e parte contra o vigia, que não reage. O tiro foi disparado na nuca de Rodrigues.
Entre os depoimentos, estava o do médico Moisés Muniz Bezerra, que afirmou ter atendido Araújo no hospital da Unimed, em Sobral, uma hora antes do crime. Segundo o médico, o juiz estava acompanhado de um cabo da Polícia Militar, além de duas mulheres.
O policial Porfírio Barbosa, também ouvido, negou que estivesse com o juiz antes do crime e disse que Araújo ligara para ele quando já estava no supermercado, antes de atirar, pedindo que ele fosse prender o vigia e o gerente, que o impediam de entrar.
Barbosa não aparece nas gravações do circuito de TV. Para a acusação, o depoimento do médico pode reforçar a hipótese de que a fuga do juiz, logo após o crime, tenha sido facilitada, já que o cabo pode ter estado com ele o tempo todo.
Outra testemunha ouvida, o comerciante Carlos Iramar Sotero Pessoa, que aparece, na gravação, bem atrás do juiz, com um capacete na mão e fazendo gestos para que o juiz não atirasse contra o vigia, se recusou a falar com os jornalistas.
Tumulto
O tumulto em frente ao fórum de Sobral aconteceu na saída de duas testemunhas, Matilde Lima de Souza e a filha dela, Isadora Lima de Souza, que estavam com o juiz na noite do crime. Elas aparecem nas gravações esperando Araújo do lado de fora do supermercado.
Policiais militares usaram cassetetes contra os manifestantes, que gritavam "justiça". O homem preso durante o tumulto, Jaime Gabriel de Souza, 37, terá de responder por danos ao patrimônio público.
Os depoimentos foram ouvidos a portas fechadas pelo desembargador Edmilson da Cruz Neves, que preside o inquérito judicial, e por promotores de Justiça, delegados da Polícia Civil e advogados. Na saída do fórum, policiais formaram um cordão de isolamento para impedir que a imprensa se aproximasse do desembargador.
Preso em Fortaleza, no Comando do Corpo de Bombeiros, o juiz e seus advogados já estudam uma maneira de entrar com um pedido de aposentadoria no Tribunal de Justiça, para não perder seu salário, de cerca de R$ 13 mil.
A decisão sobre uma possível aposentadoria do acusado só pode ser tomada pelo pleno do tribunal --reunião dos desembargadores--, segundo a assessoria de imprensa do órgão. Hoje pela manhã, o juiz deve depor à Corregedoria do tribunal, no processo administrativo que pode suspendê-lo ou até expulsá-lo da magistratura.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o juiz Pedro Percy Barbosa de Araújo
Depoimentos sobre caso de juiz acusado de matar vigia têm tumulto
Publicidade
da Agência Folha, em Fortaleza
Houve tumulto e protestos em frente ao fórum de Sobral (233 km de Fortaleza), onde foram ouvidas, nesta terça-feira, nove testemunhas do crime em que o juiz Pedro Pecy Barbosa Araújo, 57, é acusado de matar o vigia José Renato Coelho Rodrigues, 32, no dia 27 de fevereiro. Um dos manifestantes chegou a ser preso por jogar um capacete contra um carro da Polícia Militar.
Araújo já depôs na semana passada e afirmou que o disparo foi acidental, depois de ter sido impedido pelo vigia de entrar em um supermercado, que já estava fechado. Toda a cena do crime foi flagrada pelo circuito interno de TV da loja.
As gravações mostram o momento em que juiz entra no local, com a arma na mão, e parte contra o vigia, que não reage. O tiro foi disparado na nuca de Rodrigues.
Entre os depoimentos, estava o do médico Moisés Muniz Bezerra, que afirmou ter atendido Araújo no hospital da Unimed, em Sobral, uma hora antes do crime. Segundo o médico, o juiz estava acompanhado de um cabo da Polícia Militar, além de duas mulheres.
O policial Porfírio Barbosa, também ouvido, negou que estivesse com o juiz antes do crime e disse que Araújo ligara para ele quando já estava no supermercado, antes de atirar, pedindo que ele fosse prender o vigia e o gerente, que o impediam de entrar.
Barbosa não aparece nas gravações do circuito de TV. Para a acusação, o depoimento do médico pode reforçar a hipótese de que a fuga do juiz, logo após o crime, tenha sido facilitada, já que o cabo pode ter estado com ele o tempo todo.
Outra testemunha ouvida, o comerciante Carlos Iramar Sotero Pessoa, que aparece, na gravação, bem atrás do juiz, com um capacete na mão e fazendo gestos para que o juiz não atirasse contra o vigia, se recusou a falar com os jornalistas.
Tumulto
O tumulto em frente ao fórum de Sobral aconteceu na saída de duas testemunhas, Matilde Lima de Souza e a filha dela, Isadora Lima de Souza, que estavam com o juiz na noite do crime. Elas aparecem nas gravações esperando Araújo do lado de fora do supermercado.
Policiais militares usaram cassetetes contra os manifestantes, que gritavam "justiça". O homem preso durante o tumulto, Jaime Gabriel de Souza, 37, terá de responder por danos ao patrimônio público.
Os depoimentos foram ouvidos a portas fechadas pelo desembargador Edmilson da Cruz Neves, que preside o inquérito judicial, e por promotores de Justiça, delegados da Polícia Civil e advogados. Na saída do fórum, policiais formaram um cordão de isolamento para impedir que a imprensa se aproximasse do desembargador.
Preso em Fortaleza, no Comando do Corpo de Bombeiros, o juiz e seus advogados já estudam uma maneira de entrar com um pedido de aposentadoria no Tribunal de Justiça, para não perder seu salário, de cerca de R$ 13 mil.
A decisão sobre uma possível aposentadoria do acusado só pode ser tomada pelo pleno do tribunal --reunião dos desembargadores--, segundo a assessoria de imprensa do órgão. Hoje pela manhã, o juiz deve depor à Corregedoria do tribunal, no processo administrativo que pode suspendê-lo ou até expulsá-lo da magistratura.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice