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11/03/2005 - 11h48

Polícia do Paraná ficha ao menos 200 turistas de São Paulo

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da Folha Online

Ao menos 200 pessoas que saíram de São Paulo já foram fichadas na rodoviária de Curitiba (PR), dentro da chamada operação Sinal Vermelho, com objetivo de barrar a entrada na cidade de ladrões de relógios, principalmente da marca Rolex. A operação foi implantada pela Secretaria da Segurança do Estado há cerca de dez dias e não tem data para terminar.

Segundo o secretário de Segurança do Paraná, Luiz Fernando Delazari, as investigações e prisões realizadas nos últimos meses indicam que os crimes vêm sendo praticados por ladrões que embarcam em ônibus na cidade de São Paulo, realizam uma série de assaltos nos bairros nobres de Curitiba e depois retornam para a capital paulista.

"A partir desta constatação, determinamos que todos os suspeitos sejam cadastrados pela Polícia Militar, por meio de fotos digitais e do preenchimento de fichas com informações pessoais do suspeito. Para isso, três policiais militares estão em um posto na rodoviária desde a semana passada", disse Delazari.

A cada desembarque, policiais militares fotografam e filmam os recém-chegados e escolhem os suspeitos --a partir de um perfil traçado pela polícia--, que são "convidados" a preencher um cadastro no posto da Polícia Militar instalado na rodoviária.

Depois de identificados, os turistas são liberados. Nos casos em que persistir a suspeita, a investigação prossegue com a checagem do endereço de permanência apontado pelo passageiro.

Assaltos

De acordo com a secretaria, quatro pessoas foram presas no início da semana sob acusação de integrarem uma quadrilha especializada em roubo de relógios, e um dos presos já havia sido fichado.

Em 2004, 13 acusados de sair do Estado de São Paulo para roubar Rolex no Paraná foram presos. Neste ano, nove já foram presas.

"Esse crime [de roubo de relógios] só existe no Paraná porque tem receptadores em São Paulo", disse o secretário. Segundo ele, o próximo passo será "tentar prender os receptadores na origem". Ele diz haver cooperação da polícia paulista.

Em nota, a Secretaria da Segurança de São Paulo afirmou que "o fato de indivíduos de São Paulo atuarem em outro Estado se dá justamente porque o trabalho exercido pela polícia paulista é intenso no combate ao crime".

"A SSP [Secretaria da Segurança Pública] e a Delegacia Geral de Polícia não receberam oficialmente qualquer documento da SSP/PR relatando os fatos citados na reportagem e ressaltam que a polícia paulista sempre colaborou com as polícias de outros Estados, além de considerem positiva a iniciativa da polícia do Paraná."

Fichado

Ontem à tarde, um homem de cerca de 30 anos que desembarcou às 15h25 foi "convidado" a preencher o cadastro. Acompanhado de quatro PMs fardados, percorreu cerca de 200 m até o posto policial. Ao sair, disse à reportagem que está desempregado e que viajou a Curitiba para visitar a mãe e procurar emprego.

O "suspeito" não quis se identificar e não reclamou da abordagem. "Eles podem. São a polícia", disse.

Para o comandante do Policiamento da Capital, coronel Silvio Santos Sarmento, a ação se sustenta no parágrafo 144 da Constituição, que diz caber à PM garantir ordem e tranqüilidade pública.

Especializados

De acordo com o secretário, os ladrões que saem de São Paulo são especializados em roubo de relógios Rolex, Bulgary, Cartier e Bulova e estão agindo em Curitiba desde o início de 2002.

"Foi detectado que os assaltantes são oriundos das cidades paulistas de Francisco Morato e Franco da Rocha, onde são aliciados por grandes receptadores de relógios roubados. Após o aliciamento, os assaltantes são encaminhados à capital do Paraná utilizando como meio de locomoção ônibus de empresas que fazem a linha São Paulo-Curitiba. O receptador chega a pagar cerca de R$ 1,5 mil por relógio roubado, revendendo depois por um preço maior que pode chegar a R$ 25 mil", disse Delazari.

As investigações da polícia revelam que 24 pessoas foram vítimas destas quadrilhas entre 2002 e 2003. Em 2004, os ladrões levaram, em média, dois Rolex por mês. Em 2005, um caso foi registrado: em janeiro.

Com Agência Folha, em Curitiba

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