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22/03/2005 - 09h38

Porto Seguro afirma desconhecer denúncia

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da Folha de S.Paulo

A Porto Seguro, por meio de sua assessoria de imprensa, não quis comentar a denúncia do Ministério Público. Em nota oficial, a empresa afirmou que se pronunciará "somente após ser comunicada oficialmente e tomar conhecimento do teor da denúncia do Ministério Público".

Em depoimento à Promotoria e ao Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária), realizado no final de 2004, os diretores da Porto Seguro Luiz Paulo Horta de Siqueira e Nelson Peixoto e o gerente Joel Rebelatto de Mello negaram as acusações de supostas fraudes. Eles afirmaram que eram legítimos os documentos paraguaios que apontavam a venda de veículos que, segundo seus proprietários, haviam sido roubados ou furtados.

O advogado André Luiz Alves de Sousa, que defende o advogado Carlos Alberto Manfredini, disse ontem que as acusações são infundadas. "Não há provas do envolvimento do meu cliente nesses casos", disse.

Policiais civis denunciados pelo Ministério Público por suposto envolvimento no esquema de fraude em seguros de veículos afirmaram à Folha que, se realmente houve falsificação de documentos, a responsabilidade é da seguradora.

"Faria tudo outra vez", afirmou ontem o delegado Enjolras Rello de Araújo. Ele foi titular do 27º DP (Campo Belo) de junho de 2001 a abril de 2003. Depois voltou ao cargo de maio a junho de 2004. Hoje, chefia o 81º DP (Belém).

"Cumprimos rigorosamente o nosso dever", disse Araújo. Segundo ele, as seguradoras informavam sobre as suspeitas, que eram investigadas. "Não sabíamos que os documentos eram falsificados."

O delegado Guaracy Moreira Filho, que chefiou o 27º DP de janeiro de 2000 a junho de 2001, também negou ter conhecimento de fraudes. "Presumia-se ser de boa origem porque era da Porto Seguro", afirmou Moreira Filho, hoje titular do 34º DP (Vila Sônia), em referência aos documentos falsos identificados pelos promotores.

O delegado disse que a única alternativa para os policiais era a abertura de inquérito para investigar. "Quando cheguei [ao distrito], isso já era realizado", disse.

Ele negou que a polícia tivesse como notar a falsificação. "Se eu não percebi, o juiz e o promotor também não perceberam", disse, referindo-se ao fato de o resultado dos inquéritos ser enviado ao Ministério Público e à Justiça.

A reportagem não conseguiu falar ontem com o delegado Reinaldo Correa --que chefiou o 27º DP de fevereiro de 1999 a janeiro de 2000 e hoje comanda a Delegacia Seccional de Santo Amaro-- e o escrivão de polícia Geraldo Picatiello Júnior.

A Folha deixou recados com a secretária de Correa e também no seu telefone celular. Em uma das ligações, o delegado falou apenas que não conseguia ouvir e desligou o seu celular. O telefone permaneceu desligado até a noite de ontem.

O escrivão Picatiello Júnior, que trabalhava no 27º DP desde 1999, se aposentou no início desse ano. A reportagem conseguiu localizar o telefone de familiares em Araçatuba (interior de SP). Eles informaram que Picatiello Júnior tinha trocado o telefone e que a família não sabia o novo número.

Os donos da empresa que prestava serviços à Porto Seguro não foram encontrados pela Folha. Eles foram procurados em números de telefones de contato deixados na Justiça.

Colaborou Gilmar Penteado, da Folha de S.Paulo

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