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23/03/2005 - 16h13

Paraguai quer destruir portos e depósitos clandestinos na fronteira

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da France Presse, em Assunção

O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, ordenou nesta quarta-feira que o Exército destrua os portos e depósitos clandestinos instalados nas proximidades do rio Paraná, na divisa com o Brasil. A medida seria um apoio à campanha contra o contrabando impulsionada pelo governo brasileiro.

Segundo o prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarías, a decisão inclui também uma ordem para que a Direção de Migrações paraguaia expulse os brasileiros empregados nestes estabelecimentos. Cerca de 10 mil trabalhadores cruzam a fronteira diariamente, para ocupar postos como dependentes do comércio.

Diversas revistas que contaram com a presença de promotores de Ciudad del Este foram realizadas nesta quarta-feira. "Agora o Brasil já não pode dizer que apanhamos da ilegalidade" afirmou o prefeito que classificou como "hipócrita" a atitude do governo brasileiro de restringir a passagem dos chamados "sacoleiros" há mais de duas semanas.

Segundo autoridades da alfândega, a medida causou prejuízos avaliados em US$ 12 milhões para o comércio, na região da fronteira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu apoio financeiro para que a decisão não provoque um impacto na economia.

O administrador da Alfândega de Ciudad del Este, Elio Cabral, disse que há uma ordem para impedir o trânsito irregular de cigarros para o Brasil. Apoiados por militares e policiais, funcionários da alfândega recolheram os cigarros que estavam sendo preparados para serem contrabandeados, em plena rua. Cerca de 15 jovens, em sua maioria adolescentes, foram detidos.

Impasse

O Executivo paraguaio anunciou a criação de um fundo de compensação para ajudar aqueles que ficaram sem trabalho em Ciudad del Este devido ao controle imposto pelo Brasil ao comércio de alguns produtos da zona franca.

O prefeito de Ciudad del Este afirmou ainda que o bloqueio brasileiro "é inútil". "Os grandes contrabandistas continuam operando impunemente em seu território", afirmou.

O assessor do Ministério da Fazenda, Luis Campos, disse que o tradicional sistema de trangulação do comércio --produtos importados pelo Paraguai e reexportados para o Brasil-- está "em processo de decadência".

A crise gerada em Ciudad del Este foi analisada novamente pelas autoridades paraguaias que reafirmaram, em sua decisão, a intenção de modificar o sistema comercial da zona franca que, durante muitos anos, esteve baseado no contrabando, na pirataria e no tráfico de cigarros falsificados.

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