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29/03/2005
-
09h05
da Folha de S.Paulo
Clientes de outras seguradoras, além da Porto Seguro, também foram vítimas de um esquema de fraude no qual acabaram sendo acusados de simular o furto ou roubo do próprio veículo.
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público na semana passada, documentos forjados eram usados contra o segurado da Porto Seguro para evitar o pagamento da indenização. Registrados em cartório, esses documentos apontavam que os veículos tinham sido vendidos no Paraguai dias antes do roubo ou do furto.
Clientes de outras seguradoras também foram vítimas do mesmo processo, segundo a Promotoria. Mas, nesses casos, as investigações do Ministério Público concluíram que funcionários das companhias não tiveram nenhuma participação na fraude.
Dois diretores e um gerente jurídico da Porto Seguro foram denunciados à Justiça na semana passada. Eles negam as acusações. Além dos clientes da Porto Seguro, segundo as investigações, foram vítimas do mesmo golpe motoristas segurados por empresas como Hannover Internacional, Marítima Seguros, Unibanco AIG e Finasa Seguradora (hoje representada pela Bradesco Seguros).
Tal como no esquema que envolvia a Porto Seguro, os responsáveis por lesar os clientes das outras companhias seriam o advogado Carlos Alberto Manfredini e a empresa WSN. Ambos foram denunciados e prestavam serviços para as seguradoras. Eram contratados para checar a veracidade dos pedidos de indenização.
O advogado nega as acusações e representantes da WSN não foram localizados em telefones de contato deixados na Justiça.
Na denúncia dos promotores do Gecep (Grupo de Atuação Especial e Controle Externo da Atividade Policial), consta que "Carlos Alberto Manfredini, aderindo à conduta criminosa dos dirigentes da Porto Seguro, que o contrataram, com a colaboração da empresa WSN, passou a utilizar o mesmo 'modus operandi' nas [outras] seguradoras".
A Unibanco AIG e a Marítima não quiseram comentar o caso. A Bradesco afirmou que o advogado Manfredini prestou serviços jurídicos à Finasa do ano 2000 a 2004. A Hannover não havia ligado de volta para a Folhaaté o fechamento desta edição.
Investigação
Outra unidade do Ministério Público, a Promotoria da Cidadania, instaurou ontem inquérito de improbidade administrativa (má gestão de funcionário público) para apurar eventual enriquecimento ilícito dos três delegados e do escrivão da Polícia Civil denunciados na semana passada.
Segundo o promotor Túlio Tadeu Tavares, será pedida uma cópia da investigação que levou à denúncia contra os envolvidos. "Os acusados se uniram para lesar os segurados", afirmou.
Além do advogado Manfredini e dos empresários Nanci Concílio de Freitas, Marcos Rodrigo Concílio de Freitas e Karla Concílio de Freitas, donos da WSN (empresa que apura se há irregularidades em pedidos de pagamento de seguro de automóveis), foram denunciados o diretor do departamento jurídico da Porto Seguro, Luiz Paulo Horta de Siqueira, o diretor do departamento de sinistros, Nelson Peixoto, e o gerente do departamento jurídico, Joel Rebellato de Melo; os delegados Reinaldo Correia, Enjolras Rello de Araújo e Guaracy Moreira Filho; o escrivão Geraldo Picatiello Júnior. A Porto Seguro, os policiais e Manfredini negam as acusações do Ministério Público.
Outro lado
O advogado André Luiz Alves de Sousa, que defende o advogado Carlos Alberto Manfredini, informou que todos os inquéritos instaurados contra segurados atenderam à determinação das seguradoras. Sousa diz que seu cliente é inocente.
"Sobre o fato de o Ministério Público apontar o envolvimento de Manfredini, ele irá apresentar sua defesa na Justiça assim que for notificado. Há provas materiais de que ele [Manfredini] cumpria ordens das seguradoras", afirmou Sousa.
De acordo com ele, Carlos Alberto Manfredini sempre foi reconhecido como advogado atuante no combate à fraude contra seguradoras.
"Ele nunca recebeu remuneração por inquérito instaurado contra segurados. Sempre teve um ganho mensal fixo, pois seu escritório prestava serviços na área de assistência jurídica para empresas que o contratavam."
Sousa informou que, desde julho de 2003, Manfredini não trabalha mais para a Marítima. Em setembro de 2004, foi desligado da Unibanco AIG. Para a Finasa, prestou serviços em duas ocasiões.
O escrivão Geraldo Picatiello e o gerente jurídico da Porto Seguro, Joel Rebellato de Mello, que tiveram a prisão decretada na semana passada, estão foragidos.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre roubo de carros
Clientes de outras seguradoras são vítimas de golpe com carro roubado
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Clientes de outras seguradoras, além da Porto Seguro, também foram vítimas de um esquema de fraude no qual acabaram sendo acusados de simular o furto ou roubo do próprio veículo.
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público na semana passada, documentos forjados eram usados contra o segurado da Porto Seguro para evitar o pagamento da indenização. Registrados em cartório, esses documentos apontavam que os veículos tinham sido vendidos no Paraguai dias antes do roubo ou do furto.
Clientes de outras seguradoras também foram vítimas do mesmo processo, segundo a Promotoria. Mas, nesses casos, as investigações do Ministério Público concluíram que funcionários das companhias não tiveram nenhuma participação na fraude.
Dois diretores e um gerente jurídico da Porto Seguro foram denunciados à Justiça na semana passada. Eles negam as acusações. Além dos clientes da Porto Seguro, segundo as investigações, foram vítimas do mesmo golpe motoristas segurados por empresas como Hannover Internacional, Marítima Seguros, Unibanco AIG e Finasa Seguradora (hoje representada pela Bradesco Seguros).
Tal como no esquema que envolvia a Porto Seguro, os responsáveis por lesar os clientes das outras companhias seriam o advogado Carlos Alberto Manfredini e a empresa WSN. Ambos foram denunciados e prestavam serviços para as seguradoras. Eram contratados para checar a veracidade dos pedidos de indenização.
O advogado nega as acusações e representantes da WSN não foram localizados em telefones de contato deixados na Justiça.
Na denúncia dos promotores do Gecep (Grupo de Atuação Especial e Controle Externo da Atividade Policial), consta que "Carlos Alberto Manfredini, aderindo à conduta criminosa dos dirigentes da Porto Seguro, que o contrataram, com a colaboração da empresa WSN, passou a utilizar o mesmo 'modus operandi' nas [outras] seguradoras".
A Unibanco AIG e a Marítima não quiseram comentar o caso. A Bradesco afirmou que o advogado Manfredini prestou serviços jurídicos à Finasa do ano 2000 a 2004. A Hannover não havia ligado de volta para a Folhaaté o fechamento desta edição.
Investigação
Outra unidade do Ministério Público, a Promotoria da Cidadania, instaurou ontem inquérito de improbidade administrativa (má gestão de funcionário público) para apurar eventual enriquecimento ilícito dos três delegados e do escrivão da Polícia Civil denunciados na semana passada.
Segundo o promotor Túlio Tadeu Tavares, será pedida uma cópia da investigação que levou à denúncia contra os envolvidos. "Os acusados se uniram para lesar os segurados", afirmou.
Além do advogado Manfredini e dos empresários Nanci Concílio de Freitas, Marcos Rodrigo Concílio de Freitas e Karla Concílio de Freitas, donos da WSN (empresa que apura se há irregularidades em pedidos de pagamento de seguro de automóveis), foram denunciados o diretor do departamento jurídico da Porto Seguro, Luiz Paulo Horta de Siqueira, o diretor do departamento de sinistros, Nelson Peixoto, e o gerente do departamento jurídico, Joel Rebellato de Melo; os delegados Reinaldo Correia, Enjolras Rello de Araújo e Guaracy Moreira Filho; o escrivão Geraldo Picatiello Júnior. A Porto Seguro, os policiais e Manfredini negam as acusações do Ministério Público.
Outro lado
O advogado André Luiz Alves de Sousa, que defende o advogado Carlos Alberto Manfredini, informou que todos os inquéritos instaurados contra segurados atenderam à determinação das seguradoras. Sousa diz que seu cliente é inocente.
"Sobre o fato de o Ministério Público apontar o envolvimento de Manfredini, ele irá apresentar sua defesa na Justiça assim que for notificado. Há provas materiais de que ele [Manfredini] cumpria ordens das seguradoras", afirmou Sousa.
De acordo com ele, Carlos Alberto Manfredini sempre foi reconhecido como advogado atuante no combate à fraude contra seguradoras.
"Ele nunca recebeu remuneração por inquérito instaurado contra segurados. Sempre teve um ganho mensal fixo, pois seu escritório prestava serviços na área de assistência jurídica para empresas que o contratavam."
Sousa informou que, desde julho de 2003, Manfredini não trabalha mais para a Marítima. Em setembro de 2004, foi desligado da Unibanco AIG. Para a Finasa, prestou serviços em duas ocasiões.
O escrivão Geraldo Picatiello e o gerente jurídico da Porto Seguro, Joel Rebellato de Mello, que tiveram a prisão decretada na semana passada, estão foragidos.
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