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01/04/2005 - 01h19

Funcionários de quiosque encontram vetor do mal de Chagas em SC

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THIAGO REIS
da Agência Folha

A Secretaria da Saúde de Santa Catarina confirmou nesta quinta-feira que um barbeiro encontrado no quiosque Barracão da Penha 2, em Navegantes (113 km de Florianópolis), estava infectado com o protozoário Trypanosoma cruzi (causador do mal de Chagas). Segundo o órgão, 91% das contaminações confirmadas da doença ocorreram pela ingestão de caldo de cana no estabelecimento.

O exame, realizado pelo Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina, comprovou a presença do protozoário no percevejo.

O inseto foi encontrado nesta quarta-feira por funcionários do estabelecimento, que fica às margens da BR-101, no km 111. Ele estava escondido em um toalha --produto que também é comercializado no quiosque.

Além do barbeiro, uma gambá e quatro filhotes capturados próximos ao local também tiveram resultado positivo para o exame.

Os animais foram pegos por uma das 40 armadilhas montadas na mata fechada, atrás do quiosque, área em que parte da cana era armazenada. Segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luis Antonio Silva, as buscas a animais infectados continuam e serão ampliadas para um raio de quatro quilômetros.

"A situação está precisamente esclarecida, o que dá uma segurança maior para saber quais pessoas estariam expostas à contaminação", disse. Segundo ele, todos os doentes ingeriram o caldo no dia 13 de fevereiro. A Vigilância ainda investiga os dois moradores de Joinville (180 km da capital), que tiveram a confirmação, mas afirmaram não ter passado por Navegantes.

Não foi apontada também a forma de transmissão. As hipóteses são a de que a cana tenha sido infectada pelo gambá ou pelo barbeiro no local de armazenamento ou a de que ela tenha sido moída com o inseto na preparação da bebida.

Confusão

A Vigilância Epidemiológica divulgou nesta quinta-feira que apenas 24 casos estão confirmados. Há nove dias, o número havia chegado a 30 e se estabelecido.

De acordo com Silva, quatro eram portadores crônicos da doença de Chagas (já em estágio avançado). Desses, dois haviam feito exames para doar sangue, e os outros dois eram receptores de órgãos. Mais dois casos voltarão a ser analisados, pois podem não estar ligados ao surto.

Para o secretário da Saúde de Santa Catarina, Luiz Eduardo Cherem, não houve equívoco. "Não quero dizer que foi um erro. Talvez pela sobrecarga de exames pode ter havido uma confusão."

Segundo ele, apesar de a transmissão ter sido acidental, agentes de todo o Estado envolvidos na caça ao mosquito da dengue serão capacitados para também capturar o vetor do mal de Chagas. A responsabilidade será das vigilâncias municipais.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nesta quinta-feira o lançamento de uma linha de crédito para comerciantes de caldo de cana que queiram fazer melhorias nos estabelecimentos.

Especial
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