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05/04/2005 - 22h32

Coronel ameaça fazer denúncias e sindicato nega esquema no PR

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da Agência Folha, em Curitiba

Numa rápida saída da sala onde prestava depoimento nesta terça-feira, na Polícia Federal, o tenente-coronel da PM do Paraná Waldir Copetti Neves se negou a dar entrevista à Folha, mas disse que quer "falar com a imprensa" em breve, quando pretende "abrir a caixa de ferramentas". Ele deu a entender que se referia a seus acusadores no governo do Estado.

O PM e outras sete pessoas foram presas nesta terça-feira acusadas de integrarem uma milícia armada que promovia vigilância e desocupações de propriedades rurais no Estado do Paraná sem autorização judicial.

O advogado Cláudio Dalledone, que defende o tenente-coronel, reclamou do comportamento da PF na ação de ontem e disse que a instituição "viola o direito de defesa dos acusados". Durante a manhã, Dalledone teve o acesso ao cliente negado pelos policiais e precisou da intervenção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para poder chegar a Neves. Sobre as acusações contra o cliente, afirmou que só poderia comentar depois de se informar delas.

Em Ponta Grossa --onde o tenente-coronel preso tem uma fazenda que diz ter comprado de um posseiro--, o Sindicato Rural divulgou nota de esclarecimento negando conhecimento ou participação no "consórcio" que a PF diz existir e afirma nunca ter estimulado que os fazendeiros se armem ou contratem seguranças armados.

O presidente da entidade, Marcos Degraf, não deu entrevistas antes ou depois de ser ouvido pela PF, em Curitiba. Ele voltou a Ponta Grossa no final da tarde sem comentar a possibilidade levantada pelo delegado que chefiou a "Operação Março Branco", Fernando Francischini, de que o dirigente pode ser indiciado no inquérito.

Nota

Leia a seguir a íntegra na nota do sindicato rural:

"Tendo em vista o anúncio de prisão, efetuada pela Polícia Federal, em Ponta Grossa, por intermédio da operação denominada Março Branco, que teria sido motivada pela formação de milícias para evitar invasões de terras coordenadas pelo MST na região de Ponta Grossa, o Sindicato Rural de Ponta Grossa vem a público para manifestar que:

1- Não tem qualquer ligação com o fato ocorrido, desconhecendo, em sua totalidade, os atos que motivaram a atividade da Polícia Federal.

2- A afirmação manifestada em nota à imprensa divulgada pela Polícia Federal, de que as pessoas presas são ligadas ao Sindicato Rural de Ponta Grossa, não evidencia nenhuma responsabilidade por parte da instituição, tendo em vista que esta não pode impedir ações promovidas isoladamente por seus associados, ainda mais quando as desconhece.

3- Nos últimos dois anos, o Sindicato Rural de Ponta Grossa tem sido implacável na cobrança das autoridades constituídas do cumprimento da lei quando das invasões de terras promovidas pelo MST. É de conhecimento público, também, que em todas as ocasiões, sem exceção, a entidade tem orientado os fazendeiros a descartar qualquer hipótese de ação, violenta ou não, contra a ameaça das invasões de terras na região, incentivando, portanto, a busca pelos recursos legais nesse tipo de situação.

4- Por fim, o Sindicato Rural de Ponta Grossa declara que será sempre defensor dos direitos dos produtores rurais, fazendo valer integralmente os princípios éticos e legais a que está submetido."

Especial
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