Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/04/2005 - 01h10

Polícia prende servidora estadual acusada de racismo em Teresina

Publicidade

YALA SENA
Colaboração para a Agência Folha, em Teresina

Uma servidora estadual foi presa nesta terça-feira, acusada de racismo, em Teresina (PI). Ela teria chamado uma colega de "negra cururu" e "sapo cururu".

Maria Francinete Damaceno Oliveira, 41, foi detida por volta das 11h, na Unidade Escolar Gabriel Ferreira, no bairro Vermelha, zona sul da capital piauiense. As ofensas teriam acontecido na noite de segunda.

A auxiliar de secretaria Maria do Rosário Catarino disse que ela e Oliveira começaram uma discussão sobre corte de ponto na escola. Segundo Catarino, Oliveira a xingou de "negra cururu" e "sapo cururu" (cururu é um tipo de sapo). Irritada, a auxiliar pediu que a acusada parasse com as ofensas, pois poderia denunciá-la à polícia.

A colega teria respondido que Catarino podia procurar a polícia, mas não ia dar em nada, porque negro não tem vez. Na manhã de terça, a auxiliar foi até a delegacia fazer a denúncia de racismo.

"A dona Francinete [Oliveira] está incursa no parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal, a chamada injúria qualificada, com agravante de racismo. Ela vai ficar presa, e o caso será encaminhado ao Judiciário, onde o juiz decidirá seu destino", disse o delegado Félix Dias de Sousa, do 3º Distrito Policial.

O delegado afirmou que o caso no Piauí é semelhante ao do jogador argentino Leandro Desábato, que foi preso por ofensas racistas ao atacante são-paulino Grafite.

"A mesma pena que Desábato sofrer pode ser aplicada a Francinete [Oliveira]. Só que esse é um crime inafiançável para a polícia, mas o juiz pode determinar um valor para que ela seja solta."

Não sou racista

Na delegacia, Maria Francinete Oliveira negou que tenha chamado Maria do Rosário Catarino de "negra", mas admitiu que xingou a servidora de "sapo cururu" durante a discussão.

"A Rosário estava xingando meus filhos de moleque. Inclusive falou até de um irmão meu que tem problemas com álcool. Eu não poderia ficar calada."

Oliveira afirmou também que trabalha com Catarino há dez anos, que nunca houve problemas entre elas e que em nenhum momento quis diminuir a colega por ela ser negra. "Não sou racista", afirmou.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre casos de racismo
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página