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26/04/2005 - 10h00

Quebra de sigilo derruba álibi de PMs suspeitos de participar de chacina

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

A quebra de sigilo telefônico em aparelhos usados pelos 11 PMs suspeitos de participar da chacina de 29 pessoas na Baixada Fluminense (Grande Rio) em 31 de março derruba os álibis apresentados pelos acusados.

O cruzamento das ligações revela que, na hora da matança, os policiais não estavam nos locais indicados por eles em depoimento e que integrantes do grupo se falaram várias vezes antes e depois da chacina até serem presos.

A Polícia Federal não deu detalhes sobre o que foi descoberto sob alegação de que o inquérito está em segredo de Justiça.

Um dos presos, o soldado Júlio César do Amaral havia dito que estava em Itaguaí (a 73 km do Rio) na hora da chacina, mas a consulta indica que ele estava em outro local, não revelado.

É a terceira vez que os álibis dos suspeitos são derrubados. A primeira foi o depoimento do comerciante Calvino Simões, que declarou que os suspeitos estiveram em seu bar até meia hora antes da matança. A segunda foi do soldado Fabiano Gonçalves Lopes, um dos acusados, que confirmou ter ido ao bar e visto os policiais militares.

A PF tem outro depoimento que poderá complicar ainda mais a situação dos suspeitos. A Folha apurou que é um PM, que faz parte do grupo dos acusados, mas que não teria envolvimento direto com a matança. O relato do policial foi gravado em vídeo. Ele acusou os PMs pelo massacre. Ontem, a Polícia Civil apreendeu um Vectra branco que pode ter sido usado no crime e será periciado.

O diretor da Polícia Técnica, Roger Ancilotti, disse que hoje deverá ser divulgado o resultado do exame do sangue recolhido do Gol prata, emprestado ao soldado Carlos Jorge de Carvalho, um dos presos, no dia do crime. O sangue será confrontado com o material genético de dez vítimas.

Trinta parentes de mortos em Queimados estarão hoje em Brasília para apresentar reivindicações ao Ministério da Justiça e à Câmara dos Deputados.

Eles foram levados pelas ONGs SOS Queimados e Viva Rio e esperam ser recebidos pelo ministro Márcio Thomaz Bastos e pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. Ao ministério, querem pedir que a PF continue nas investigações. A Severino, pedirão que seja criado um fundo de amparo a vítimas da violência e que ele se engaje na campanha pelo desarmamento.

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