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28/04/2005 - 09h10

83% são contra venda de armas, diz Datafolha

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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

A maioria dos paulistanos (83%) é contra a venda de arma de fogo a civis: apenas 14% se declaram a favor dessa medida, segundo pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 6 e 7 de abril.

O levantamento ouviu 1.624 pessoas. Desse total, 6% declaram ter arma de fogo em casa: 3% dizem que a arma pertence a si próprio e igual percentual relata que a arma é de outra pessoa da casa. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O maior índice favorável à venda de armamento a civis foi encontrado entre os que declararam ter arma de fogo em casa: 28%, o dobro do percentual verificado entre o total de entrevistados.

Quando se trata do próprio entrevistado que possui arma, 49% deles são contra e 41% a favor da venda. Entre aqueles que dizem que o proprietário da arma é outra pessoa da casa, o índice de aceitação é menor: 81% são contra e 17% a favor.

A posição favorável à venda de armas de fogo a civis é um pouco maior entre os homens (19% contra 9% das mulheres), entre os paulistanos com idade entre 16 e 25 anos (17%) e entre os que têm renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (17%).

Curiosamente, esse perfil também é relacionado aos protagonistas da violência em São Paulo. "Os homens jovens, que não têm história criminal, são os que mais matam e os que mais morrem", lembra José Roberto Bellintani, superintendente do Instituto São Paulo Contra a Violência.

Referendo para saber se a população concorda com a proibição da venda de arma de fogo e munição em todo o país está prevista pelo Estatuto do Desarmamento. O projeto que estabelece a realização de plebiscito sobre a comercialização foi enviado na sexta-feira para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Desejo

A pesquisa Datafolha também mostra que um quinto dos paulistanos que declara não ter arma de fogo em casa já pensou em comprar uma. Os homens estão entre os que mais pensaram em adquirir uma arma (30% contra 11% das mulheres).

Segundo Bellintani, do Instituto São Paulo Contra a Violência, os dados da pesquisa reforçam o que outras avaliações já demonstraram: a sensação de insegurança dos paulistanos está aumentando, embora os números da violência demonstrem uma tendência de queda. Em 2004, o número de homicídios na capital de São Paulo caiu 21% em relação a 2003, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública.

"Mas essa queda não é sentida pela população. As pessoas não se sentem protegidas pela polícia."

Além do desejo de ter uma arma de fogo, o crescente número de blindagem de carros e de eletrificação das casas é uma outra situação que endossaria a tese de aumento da sensação de insegurança, na opinião de Bellintani.

Karina Sposato, diretora-executiva do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente), concorda que a sensação de insegurança seja generalizada mas lamenta que, nessa situação, as pessoas se voltem para o individual, e não para o coletivo.

"O primeiro mecanismo é proteger a si próprio. Não sabem que isso implica riscos à integridade porque não terão a destreza de um policial ou de um criminoso no manejo da arma", afirma

Especial
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