04/05/2005 - 20h57

Febem registra 50 feridos durante rebelião no complexo do Tatuapé

da Folha Online

A Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) confirmou nesta quarta-feira que 40 funcionários e 10 internos ficaram feridos durante uma rebelião no complexo do Tatuapé (zona leste de São Paulo). Trata-se da 23ª rebelião do ano --apenas cinco a menos que em 2004.

Tumultos ocorreram em diversas unidades, durante o dia todo. Por isso, cerca de 80 homens da tropa de choque da Polícia Militar permanecerão de prontidão, dentro do completo, durante toda a madrugada.

M.L.Junior/Folha Imagem

Rebelados, internos caminham no pátio do complexo Tatuapé

Dentre os funcionários feridos, 21 foram mantidos reféns --todos foram libertados por volta das 14h. Em seguida, o grupo foi levado para o pronto-socorro do Tatuapé. Somente três funcionários continuam internados, em observação, por recomendação da equipe de neurologia, pois sofreram pancadas na cabeça.

Segundo a Febem, cerca de 240 jovens das unidades 4, 10 e 19 iniciaram o motim por volta das 10h30, quando estava sendo realizado o remanejamento de alguns internos. Algumas unidades serão desativadas para a criação do parque do Belém. Entretanto, segundo o Sitraemfa (sindicato dos funcionários), todos participaram.

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Funcionários da Febem ajudam colega durante rebelião em SP

A instituição considerou a rebelião terminada mas, por volta das 15h, uma briga entre internos das unidades 16 e 19 voltou a causar tumulto e correria. Desta vez, os PMs interferiram com bombas de efeito moral e balas de borracha. Acredita-se que alguns internos tenham tentado invadir o "seguro" --área reservada aos que estão sob ameaças de morte.

Em revista realizada nas unidades 4 e 19, os PMs encontraram os celulares roubados dos funcionários, pedaços de madeira e ferro, além de cerca de cem naifas --facas improvisadas. Por volta das 20h30, as unidades 10 e 39 ainda eram revistadas.

Celulares

Velha ameaça nos presídios, onde é usado na preparação de rebeliões e fugas, o telefone celular agora coloca em risco a segurança em unidades da Febem. Neste início de ano, um aparelho foi apreendido a cada três dias, em média, só em três complexos da instituição na capital paulista --que abrigam mais de um terço de todas as unidades de internação do Estado.

O levantamento de celulares encontrados faz parte de uma apuração da Promotoria da Infância e Juventude de São Paulo sobre o descontrole nas unidades, segundo revelou a Folha no último dia 2.

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