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14/05/2005
-
17h10
da Folha Online
As cerca de 87 famílias, 250 pessoas, que ocupam um prédio da rua XV de Novembro, 63, no centro de São Paulo, têm até amanhã para desocupar o local, que fica perto da sede da Bolsa de Valores de São Paulo. Esse foi o prazo estipulado pela Justiça.
"Se não tivermos a certeza de um atendimento definitivo para as famílias, infelizmente pode haver um confronto com a polícia, mesmo que a gente não queira: não temos para onde ir e vamos resistir ficando aqui dentro", afirma Edson Dantas, um dos moradores, conhecido como 'Edson Negrão' no meio dos movimentos populares em defesa do direito à moradia.
Segundo Dantas, no edifício moram famílias de baixa renda com ganhos mensais de, no máximo, três salários mínimos. "Há famílias formadas tanto por pessoas empregadas com carteira assinada como por trabalhadores do mercado informal, 'os marreteiros, chamados de camelôs', além de crianças e adolescentes", diz.
Os moradores vieram de bairros próximos à região central da capital paulista, como Brás, Moóca, Belém e Ponte Pequena, a maioria com um histórico de despejo por não poderem pagar aluguel. Uma outra parte veio das ruas, onde habitava viadutos e marquises.
Edson explica que, por medida de economia de energia elétrica, os elevadores deixaram de ser utilizados e por isso os mais jovens passaram a ocupar os andares mais altos. Os moradores se unem para pagar a eletricidade, da distribuidora privatizada, mas não pagam conta de água, da empresa pública.
As famílias em maior número, segundo ele, ficaram com as salas mais espaçosas e, para que o espaço criado para escritórios seja habitável por grupos, o jeito foi improvisar divisórias com pranchas de madeiras.
As dificuldades na acomodação podem ser vistas pelo lado de fora: roupas dependuradas parecem brotar das janelas. No interior, a coisa já esteve pior, conta o porta-voz dos moradores, lembrando o começo da ocupação, quando o núcleo era de 800 pessoas.
"Tiramos até fotos para registrar o que havia por aqui: um amontoado de lixo em meio a livros, cadeiras, mesas, arquivos e muitos papéis", conta referindo-se aos objetos renegados pelo governo.
Em 2002, o prédio do Ouvidor foi demarcado como Zona Especial de Interesse Social no Plano Diretor do Município de São Paulo, o que garantiria sua destinação para Habitação de Interesse Social.
Com Agência Brasil
Especial
Leia o que já foi publicado sobre outras desocupações
Oitenta e sete famílias devem desocupar prédio público em SP
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As cerca de 87 famílias, 250 pessoas, que ocupam um prédio da rua XV de Novembro, 63, no centro de São Paulo, têm até amanhã para desocupar o local, que fica perto da sede da Bolsa de Valores de São Paulo. Esse foi o prazo estipulado pela Justiça.
"Se não tivermos a certeza de um atendimento definitivo para as famílias, infelizmente pode haver um confronto com a polícia, mesmo que a gente não queira: não temos para onde ir e vamos resistir ficando aqui dentro", afirma Edson Dantas, um dos moradores, conhecido como 'Edson Negrão' no meio dos movimentos populares em defesa do direito à moradia.
Segundo Dantas, no edifício moram famílias de baixa renda com ganhos mensais de, no máximo, três salários mínimos. "Há famílias formadas tanto por pessoas empregadas com carteira assinada como por trabalhadores do mercado informal, 'os marreteiros, chamados de camelôs', além de crianças e adolescentes", diz.
Os moradores vieram de bairros próximos à região central da capital paulista, como Brás, Moóca, Belém e Ponte Pequena, a maioria com um histórico de despejo por não poderem pagar aluguel. Uma outra parte veio das ruas, onde habitava viadutos e marquises.
Edson explica que, por medida de economia de energia elétrica, os elevadores deixaram de ser utilizados e por isso os mais jovens passaram a ocupar os andares mais altos. Os moradores se unem para pagar a eletricidade, da distribuidora privatizada, mas não pagam conta de água, da empresa pública.
As famílias em maior número, segundo ele, ficaram com as salas mais espaçosas e, para que o espaço criado para escritórios seja habitável por grupos, o jeito foi improvisar divisórias com pranchas de madeiras.
As dificuldades na acomodação podem ser vistas pelo lado de fora: roupas dependuradas parecem brotar das janelas. No interior, a coisa já esteve pior, conta o porta-voz dos moradores, lembrando o começo da ocupação, quando o núcleo era de 800 pessoas.
"Tiramos até fotos para registrar o que havia por aqui: um amontoado de lixo em meio a livros, cadeiras, mesas, arquivos e muitos papéis", conta referindo-se aos objetos renegados pelo governo.
Em 2002, o prédio do Ouvidor foi demarcado como Zona Especial de Interesse Social no Plano Diretor do Município de São Paulo, o que garantiria sua destinação para Habitação de Interesse Social.
Com Agência Brasil
Especial
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