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18/05/2005 - 00h57

Parte de acabamento de telhado desaba em igreja de Minas

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Um pedaço da cimalha de uma das igrejas barrocas mais antigas de Minas Gerais, a de Nossa Senhora da Assunção, ou Sé de Mariana, ruiu na segunda-feira, em mais uma demonstração da fragilidade do patrimônio histórico e cultural do país.

Edificada por volta de 1710, a construção religiosa é uma das primeiras de Mariana, a primeira capital de Minas Gerais (a 110 km de Belo Horizonte). A cimalha é o nome que se dá ao acabamento em madeira do beiral do telhado, que envolve todo o lado externo da frágil construção barroca, feita de pau-a-pique, madeira e adobe.

O envelhecimento da madeira, sempre exposta ao tempo, foi a provável causa da queda de cerca de dois metros da cimalha da fachada principal, bem abaixo de uma das duas torres. Apesar de a Sé de Mariana não ter aparentemente problemas estruturais, ela precisa ser restaurada.

A chefe do escritório do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Mariana, Maria Cristina Seabra de Miranda, disse que o pedaço que ruiu é pequeno em relação à extensão da fachada, mas afirmou que toda a cimalha precisa ser revista, especialmente as das fachadas laterais.

Além disso, afirmou Miranda, a igreja necessita de uma "inspeção geral, um estudo mais profundo do estado de conservação, para que seja evitado um dano maior" ao prédio, que está sob a responsabilidade da Arquidiocese de Mariana.

Restauração

O engenheiro da arquidiocese, José da Silva Reis, disse que providências já foram tomadas para a recuperação da cimalha, mas acrescentou: "No geral, a igreja está bem, mas merece uma restauração, é uma construção frágil, de dez em dez anos tem que receber tratamento completo".

O problema é o dinheiro para a restauração, que a arquidiocese não dispõe. Depende do poder público ou do interesse de alguma empresa privada que, usando as leis de incentivo à cultura, financie a obra que deve girar em torno de R$ 1 milhão, segundo estimativa de Reis.

Tombada pelo patrimônio nacional em 1939, a igreja de Nossa Senhora da Assunção tem entre suas características 12 altares ricamente adornados, um deles por Francisco Xavier de Brito, um dos mestres de Aleijadinho. O quadro do batistério é atribuído a Manuel da Costa Ataíde.

Na Sé está um objeto raro e belo. Um órgão alemão barroco Arp Schnitger, construído provavelmente em 1701 por encomenda de Portugal e doado, em 1753, por d. João 5º à primeira diocese da Capitania de Minas do Ouro, sete anos antes da conclusão das obras da igreja.

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