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21/05/2005
-
09h44
FAUSTO SALVADOR FILHO
do Agora
"É melhor você ir para casa e voltar mais tarde, porque a maternidade está sem vaga." A frase teria sido ouvida por pelo menos três gestantes que afirmam ter sido barradas na porta das maternidades da zona norte da capital.
Segundo as mães, o problema atinge o Hospital Municipal Maternidade-Escola Vila Nova Cachoeirinha, considerado referência em partos de alto risco, e o Hospital São Luiz Gonzaga, da Santa Casa.
A Secretaria Municipal da Saúde nega e afirma que "o hospital está com a porta aberta". Já a Santa Casa afirma que está apurando as denúncias.
"Há várias mães que estão sendo barradas nas maternidades por causa da falta de vagas", afirma Regina Pedrosa, do Conselho Municipal de Saúde. "É um grande desrespeito à população", diz.
A operadora de caixa Catia Alves Coutinho, 24 anos, conta que começou a sentir contrações no domingo e foi à Maternidade Cachoeirinha na última terça-feira, dia 17, à noite. "A médica me disse que no hospital não havia vaga no momento e que era para eu ir para casa e voltar quando a dor aumentasse", afirma. No entanto, ela preferiu ir ao PS Mandaqui, também na zona norte, onde seu segundo filho, Marcelo Guilherme, nasceu às 4h do dia seguinte.
Uma história muito parecida aconteceu com a dona-de-casa Daiana Cândido de Souza, 23 anos, que procurou a maternidade do São Luiz Gonzaga às 14h de terça-feira, mas ficou decepcionada com o atendimento. "Disseram que eu estava com quatro dedos de dilatação, mas que o hospital estava cheio e não poderiam ficar comigo", diz.
Daiana pegou uma carona com o pai até o PS Mandaqui, onde deu à luz o seu quarto filho, Jones, às 23h50 do mesmo dia. "Foi um absurdo o que fizeram comigo", reclama. "Eles não me providenciaram transporte para outro hospital. Se não fosse a carona do meu pai, não teria lugar para ganhar meu filho."
A mesma reclamação vem de uma jovem de 16 anos, que teve o primeiro filho, a menina Ingrid, às 23h na maternidade do Hospital Beneficência Portuguesa, no Vergueiro (zona sul da capital). Moradora da zona norte, ela atravessou a cidade após, segundo ela, ter sido barrada pelo São Luiz.
Sentindo muita dor, a adolescente procurou o hospital às 10h de segunda-feira. Após receber soro para diminuir as dores, foi mandada de volta para casa. "Os médicos disseram que, se a dor voltasse, nem adiantava voltar para aquele hospital, porque não tinha mais vagas para gestantes", afirma a sogra da jovem, Alice Domingos Frigotto Moraes, 35 anos, que a acompanhou no atendimento. "Foi uma situação chata", diz a adolescente. "Meu filho podia ter nascido na rua."
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"É melhor você ir para casa e voltar mais tarde, porque a maternidade está sem vaga." A frase teria sido ouvida por pelo menos três gestantes que afirmam ter sido barradas na porta das maternidades da zona norte da capital.
Segundo as mães, o problema atinge o Hospital Municipal Maternidade-Escola Vila Nova Cachoeirinha, considerado referência em partos de alto risco, e o Hospital São Luiz Gonzaga, da Santa Casa.
A Secretaria Municipal da Saúde nega e afirma que "o hospital está com a porta aberta". Já a Santa Casa afirma que está apurando as denúncias.
"Há várias mães que estão sendo barradas nas maternidades por causa da falta de vagas", afirma Regina Pedrosa, do Conselho Municipal de Saúde. "É um grande desrespeito à população", diz.
A operadora de caixa Catia Alves Coutinho, 24 anos, conta que começou a sentir contrações no domingo e foi à Maternidade Cachoeirinha na última terça-feira, dia 17, à noite. "A médica me disse que no hospital não havia vaga no momento e que era para eu ir para casa e voltar quando a dor aumentasse", afirma. No entanto, ela preferiu ir ao PS Mandaqui, também na zona norte, onde seu segundo filho, Marcelo Guilherme, nasceu às 4h do dia seguinte.
Uma história muito parecida aconteceu com a dona-de-casa Daiana Cândido de Souza, 23 anos, que procurou a maternidade do São Luiz Gonzaga às 14h de terça-feira, mas ficou decepcionada com o atendimento. "Disseram que eu estava com quatro dedos de dilatação, mas que o hospital estava cheio e não poderiam ficar comigo", diz.
Daiana pegou uma carona com o pai até o PS Mandaqui, onde deu à luz o seu quarto filho, Jones, às 23h50 do mesmo dia. "Foi um absurdo o que fizeram comigo", reclama. "Eles não me providenciaram transporte para outro hospital. Se não fosse a carona do meu pai, não teria lugar para ganhar meu filho."
A mesma reclamação vem de uma jovem de 16 anos, que teve o primeiro filho, a menina Ingrid, às 23h na maternidade do Hospital Beneficência Portuguesa, no Vergueiro (zona sul da capital). Moradora da zona norte, ela atravessou a cidade após, segundo ela, ter sido barrada pelo São Luiz.
Sentindo muita dor, a adolescente procurou o hospital às 10h de segunda-feira. Após receber soro para diminuir as dores, foi mandada de volta para casa. "Os médicos disseram que, se a dor voltasse, nem adiantava voltar para aquele hospital, porque não tinha mais vagas para gestantes", afirma a sogra da jovem, Alice Domingos Frigotto Moraes, 35 anos, que a acompanhou no atendimento. "Foi uma situação chata", diz a adolescente. "Meu filho podia ter nascido na rua."
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