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22/05/2005 - 10h01

USP promove campanha contra abandono de animal

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AMARÍLIS LAGE
AFRA BALAZINA

da Folha de S.Paulo

Para tentar diminuir o abandono de bichos no campus da USP (Universidade de São Paulo) na capital, a universidade lança amanhã uma campanha sobre a posse responsável de animais. O outdoor da campanha tem a foto de um cachorro com o slogan "nem todo mundo que entra na USP tem um futuro brilhante".

A idéia é estimular o debate sobre o assunto e fazer com que as pessoas denunciem casos de abandono e maus-tratos de animais no local. Além disso, a campanha irá promover a adoção de 50 animais que, atualmente, estão alojados em um ambulatório veterinário dentro da prefeitura da Cidade Universitária, no campus do Butantã (zona oeste).

Quatro outdoors sobre o tema --três dentro da universidade e um fora, na marginal-- já foram instalados. A partir de segunda-feira, serão distribuídos 15 mil folders e 500 cartazes. A campanha também conta com um site (www.usp.br/vidadigna) --até o fechamento desta edição, entretanto, ele não estava no ar.

Neste ano, um gato foi encontrado enforcado numa árvore. A engenheira Tereza Salvetti, 44, que trabalha no campus da USP há 21 anos, lembra que um cachorro chamado Querido já foi esfaqueado e levou tiro de borracha no local.

Ela já adotou dois cães abandonados --um deles, da raça husky, teve de ficar com a coluna engessada por 45 dias em razão de maus-tratos. "Tenho na minha sala vermífugo, remédio para sarna, ração e biscoito."

Segundo a professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP Júlia Matera, os animais abandonados se concentram próximo ao Crusp (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo), onde os moradores, muitas vezes, passam a cuidar dos bichos. Ela afirma que o abandono de cães e gatos é uma questão de falta de educação.

O problema, que está cada vez mais grave, não é de hoje: a professora Paola Ramazzotti, 33, que estudou letras na USP de 1996 a 2000, conta que passava grande parte de seu tempo na universidade cuidando dos animais soltos pelos donos. "Depois que eram abandonados, eles muitas vezes sofriam maus-tratos. Encontrei diversos bichos com a perna quebrada e o olho furado", disse ela, que também dava ração e remédios para os cães e os gatos.

Essa situação não ocorre apenas no campus da capital: a unidade da USP em Ribeirão Preto também tem problemas semelhantes. "Vira-e-mexe a gente encontra bichos novos, principalmente perto de restaurante universitário e do museu. Os gatos são os mais abandonados", disse a bióloga e doutoranda Jeanne Jimenes, 33.

Também há muitos relatos de maus-tratos no local. "Tem gente que chuta e joga cadeira nos cães. Um professor de veterinária precisou colocar um pino na perna de um cachorro depois que ela foi quebrada. Hoje, esse cão é o nosso mascote", contou ela.

Em sua opinião, a campanha do campus da capital deveria ser estendida ao interior. "Isso contribuiria para aumentar a consciência das pessoas."

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