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25/05/2005
-
03h41
RODRIGO RÖTZSCH
Colaboração para a Agência Folha
Mais uma pessoa morreu segunda-feira (23) enquanto aguardava transferência para uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Ceará. Em menos de um mês, cinco pessoas que estavam na fila à espera de uma UTI morreram em todo o Estado.
Teresa Pedro dos Santos, 54, sofria de insuficiência renal, infecção respiratória e mal de Alzheimer e teve a sua transferência para uma UTI solicitada no sábado pelo Hospital Maternidade Paulo Sarasate, em Caucaia, onde acabou morrendo.
O município de Caucaia faz parte da região metropolitana de Fortaleza e não dispõe de UTIs.
O coordenador de políticas públicas de saúde da Prefeitura de Fortaleza, Alexandre Mont'Alverne, disse que o caso não era passível de transferência para UTI.
"Tratava-se de um quadro avançado de Alzheimer que levou à inconsciência. Nesse caso, a UTI não beneficiaria", declarou Mont'Alverne. Ele disse que se houvesse a transferência, seria para o setor de diálise do Hospital Geral de Fortaleza.
Desde 2003, o Estado do Ceará adota um protocolo de regulação, inspirado em recomendação da Sociedade Americana de Terapia Intensiva, em que são usados os critérios de gravidade do quadro do paciente e potencial de recuperação para estabelecer a prioridade para a internação de pacientes em UTI.
São quatro níveis: indicações absoluta, forte, fraca e ausência de indicação. Teresa dos Santos estava enquadrada na prioridade mínima, de acordo com esses critérios.
No mês passado, o ministro da Saúde, Humberto Costa, teve de voltar atrás na proposta de adotar uma regulação semelhante em nível nacional. Costa pretendia restringir o acesso a leitos de UTI a pacientes com reais chances de recuperação.
O caso de Teresa dos Santos é o quinto de morte na fila da UTI em menos de um mês no Estado. Nos dias 10 e 11, quatro pessoas haviam morrido enquanto aguardavam internação nos hospitais Frotinha da Parangaba e Frotinha de Massejana, em Fortaleza.
As mortes levaram o juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, Washington Dias, a conceder liminar obrigando a prefeitura a internar pacientes que estejam na fila na Central de Leitos em hospitais particulares.
A capital Fortaleza possui 493 leitos de UTI --320 públicos ou de hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde) e 173 particulares.
Mont"Alverne considera a quantidade de leitos em UTIs suficiente, apesar de, em média, de 10 a 12 pessoas ficarem diariamente na fila.
Ele afirma que isso se deve ao aumento da incidência de casos de infecção respiratória nos meses de abril e maio, temporada de chuvas no Estado.
O secretário informou que, no mês que vem, deverão ser criados 20 novos leitos, num investimento de cerca de R$ 1 milhão, valor que sairá dos cofres da prefeitura.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre mortes em hospitais
Leia o que já foi publicado sobre filas em postos de saúde
Em menos de um mês, cinco morrem à espera de vaga em UTI no Ceará
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Colaboração para a Agência Folha
Mais uma pessoa morreu segunda-feira (23) enquanto aguardava transferência para uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Ceará. Em menos de um mês, cinco pessoas que estavam na fila à espera de uma UTI morreram em todo o Estado.
Teresa Pedro dos Santos, 54, sofria de insuficiência renal, infecção respiratória e mal de Alzheimer e teve a sua transferência para uma UTI solicitada no sábado pelo Hospital Maternidade Paulo Sarasate, em Caucaia, onde acabou morrendo.
O município de Caucaia faz parte da região metropolitana de Fortaleza e não dispõe de UTIs.
O coordenador de políticas públicas de saúde da Prefeitura de Fortaleza, Alexandre Mont'Alverne, disse que o caso não era passível de transferência para UTI.
"Tratava-se de um quadro avançado de Alzheimer que levou à inconsciência. Nesse caso, a UTI não beneficiaria", declarou Mont'Alverne. Ele disse que se houvesse a transferência, seria para o setor de diálise do Hospital Geral de Fortaleza.
Desde 2003, o Estado do Ceará adota um protocolo de regulação, inspirado em recomendação da Sociedade Americana de Terapia Intensiva, em que são usados os critérios de gravidade do quadro do paciente e potencial de recuperação para estabelecer a prioridade para a internação de pacientes em UTI.
São quatro níveis: indicações absoluta, forte, fraca e ausência de indicação. Teresa dos Santos estava enquadrada na prioridade mínima, de acordo com esses critérios.
No mês passado, o ministro da Saúde, Humberto Costa, teve de voltar atrás na proposta de adotar uma regulação semelhante em nível nacional. Costa pretendia restringir o acesso a leitos de UTI a pacientes com reais chances de recuperação.
O caso de Teresa dos Santos é o quinto de morte na fila da UTI em menos de um mês no Estado. Nos dias 10 e 11, quatro pessoas haviam morrido enquanto aguardavam internação nos hospitais Frotinha da Parangaba e Frotinha de Massejana, em Fortaleza.
As mortes levaram o juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, Washington Dias, a conceder liminar obrigando a prefeitura a internar pacientes que estejam na fila na Central de Leitos em hospitais particulares.
A capital Fortaleza possui 493 leitos de UTI --320 públicos ou de hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde) e 173 particulares.
Mont"Alverne considera a quantidade de leitos em UTIs suficiente, apesar de, em média, de 10 a 12 pessoas ficarem diariamente na fila.
Ele afirma que isso se deve ao aumento da incidência de casos de infecção respiratória nos meses de abril e maio, temporada de chuvas no Estado.
O secretário informou que, no mês que vem, deverão ser criados 20 novos leitos, num investimento de cerca de R$ 1 milhão, valor que sairá dos cofres da prefeitura.
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