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01/06/2005 - 10h32

13% dos estudantes de 10 a 12 anos já usaram drogas

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LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Pesquisa realizada na rede pública de ensino fundamental e médio das 27 capitais brasileiras aponta que 12,6% dos alunos com idade entre 10 e 12 anos já consumiram algum tipo de droga pelo menos uma vez na vida. O percentual sobe para 23,2% na faixa etária de 13 a 15 anos.

Entre as drogas mais consumidas nessas idades estão os anfetamínicos (como remédios para inibir o apetite) e os energéticos, normalmente ligados ao álcool. Dos 13 aos 15 anos, aparecem ainda solventes, maconha e crack.

O total estimado de estudantes que já usaram drogas pelo menos uma vez chega a 22,6% em um universo de 48.155 pesquisados.

Aqui, o perfil do consumo muda, com os solventes (acetona, éter, cola de sapateiro etc.) aparecendo em primeiro lugar na lista dos produtos usados pelo menos uma vez na vida: 15,5% dizem já ter consumido essas drogas.

Os dados acima não incluem o álcool e o tabaco, que vêm apresentando uma redução no consumo entre os estudantes.

Esses dados fazem parte do 5º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes, realizado pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) no ano passado e divulgado ontem em Brasília.

A última pesquisa desse tipo feita pelo órgão é de 1997 e abrangeu apenas dez capitais, com um universo de 15.503 alunos. A primeira é de 1987. Por isso, alguns dados das capitais que foram incluídas na série histórica de levantamentos não são comparáveis.

Os pesquisadores, porém, recomendam equiparar os novos dados com as informações de 1997 para que possam ser observadas as mudanças mais recentes.

Com base nessa comparação, os coordenadores do estudo apontam uma tendência de aumento no consumo de solventes. Tanto que o Brasil, ao ser comparado com outros 25 países, figura em primeiro lugar no uso dessa substância. O segundo é a Grécia, com 15%, e o último é o Paraguai.

"Isso nos surpreendeu. Nos outros levantamentos, os solventes sempre foram os mais utilizados, mas vemos que o uso persiste", diz José Carlos Galduróz, um dos coordenadores da pesquisa.

Para o secretário nacional Antidrogas, Paulo Roberto Uchôa, reduzir o uso de solventes é um desafio porque eles não são proibidos. "Não temos como proibir a venda. Então, mais uma vez a solução passa pela educação e pela preparação dos jovens."

Esporte e prevenção

Uma das 30 conclusões da pesquisa é: estão entre os alunos que nunca usaram drogas os que têm melhor relacionamento com os pais e os que praticam esportes. Além disso, os que já fizeram uso de drogas faltaram mais às aulas.

A pesquisa revela que há uma distribuição regular de alunos que utilizaram droga pelo menos uma vez na vida entre todas as classes sociais. "Portanto as campanhas não precisam se preocupar com determinados segmentos populacionais", diz o trabalho.

Cigarro e tabaco

O levantamento mostra ainda que, das dez capitais pesquisadas nos dois últimos levantamentos, em nove houve redução do consumo de álcool pelo menos uma vez na vida. Apenas no Rio de Janeiro houve uma estabilização dos dados, assim mesmo com tendência de queda.

Galduróz diz que a queda pode ter sido influenciada pela redução, em sete capitais, do consumo de tabaco (cigarros, cigarrilhas) entre 1997 e 2004 pelos alunos da rede pública. Para ele, essa queda pode ser reflexo das restrições à propaganda de cigarros.

No caso de bebidas alcoólicas, não há uma legislação tão rígida como a do cigarro. Para Uchôa, mais regras para a propaganda de bebida alcoólica podem ser uma das saídas. Uma câmara técnica foi criada para discutir o assunto.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Cebrid
  • Leia o que já foi publicado sobre consumo de drogas
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