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09/06/2005
-
23h23
MARIANA CAMPOS
da Agência Folha, em Santos
LUÍSA BRITO
Enviada da Agência Folha a Santos
A polícia confirmou que há indícios de que o dinheiro movimentado no narcotráfico pelo acusado Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, foi usado para financiar campanhas políticas de vereadores.
A informação foi dada pelo diretor do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), delegado Ivaney Cayres Souza, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira no Deinter-6 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), em Santos (litoral de São Paulo). Ele disse não saber se os candidatos beneficiados haviam sido eleitos.
Souza declarou ainda não poder afirmar se os políticos que receberam o dinheiro são da Baixada Santista, da capital ou de outras cidades do interior paulista. O delegado informou apenas que essas pessoas serão investigadas e acrescentou que com "a quebra do sigilo fiscal, do sigilo bancário vai aparecer muita gente que vai ter que se explicar".
De acordo com Souza, além da compra e venda de veículos e das negociações no mercado imobiliário, o esquema de lavagem de dinheiro do grupo contava também com parcerias de empresários, que faziam investimentos no negócio. "[Eles] recebem retorno que nenhuma economia do mundo poderia dar, mostrando que também têm ciência de como é feita essa lavagem porque não existe milagre com dinheiro."
Segundo o delegado, após a lavagem, parte do dinheiro voltava para financiar ações do tráfico, outra parte para o negócio de veículos e um montante para os chamados "investidores".
Futebol
Ele afirmou que, até o momento, não há nada contra o jogador Robinho, citado como amigo de Naldinho. O jogador teria inclusive homenageado o suspeito em uma partida de futebol. Robinho confirmou, ao chegar ao Brasil após o jogo da seleção em Buenos Aires contra a Argentina, que conhecia Naldinho, mas não tinha envolvimento com o grupo do acusado.
De acordo com o delegado, "independentemente da posição social, da fama, da faixa etária, seja qual for a posição de determinado cidadão, se ele tem uma relação estreita com essa organização criminosa ele poderá ser investigado".
O delegado declarou ainda que as investigações estão no início e certamente haverá outras prisões. "Surpresas vocês vão ter muitas", disse aos jornalistas que participaram da entrevista coletiva.
Naldinho foi preso na última segunda-feira, junto com outras 51 pessoas, sob acusação de tráfico de drogas. Entre os presos estava também o filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento, o Edinho.
Segundo o juiz da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, Edegar de Sousa Castro, a Justiça ainda está analisando o pedido de liberdade provisória solicitado pelo advogado de Edinho, Sidney Gonçalves. A decisão deverá ser dada na próxima semana.
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da Agência Folha, em Santos
LUÍSA BRITO
Enviada da Agência Folha a Santos
A polícia confirmou que há indícios de que o dinheiro movimentado no narcotráfico pelo acusado Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, foi usado para financiar campanhas políticas de vereadores.
A informação foi dada pelo diretor do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), delegado Ivaney Cayres Souza, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira no Deinter-6 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), em Santos (litoral de São Paulo). Ele disse não saber se os candidatos beneficiados haviam sido eleitos.
Souza declarou ainda não poder afirmar se os políticos que receberam o dinheiro são da Baixada Santista, da capital ou de outras cidades do interior paulista. O delegado informou apenas que essas pessoas serão investigadas e acrescentou que com "a quebra do sigilo fiscal, do sigilo bancário vai aparecer muita gente que vai ter que se explicar".
De acordo com Souza, além da compra e venda de veículos e das negociações no mercado imobiliário, o esquema de lavagem de dinheiro do grupo contava também com parcerias de empresários, que faziam investimentos no negócio. "[Eles] recebem retorno que nenhuma economia do mundo poderia dar, mostrando que também têm ciência de como é feita essa lavagem porque não existe milagre com dinheiro."
Segundo o delegado, após a lavagem, parte do dinheiro voltava para financiar ações do tráfico, outra parte para o negócio de veículos e um montante para os chamados "investidores".
Futebol
Ele afirmou que, até o momento, não há nada contra o jogador Robinho, citado como amigo de Naldinho. O jogador teria inclusive homenageado o suspeito em uma partida de futebol. Robinho confirmou, ao chegar ao Brasil após o jogo da seleção em Buenos Aires contra a Argentina, que conhecia Naldinho, mas não tinha envolvimento com o grupo do acusado.
De acordo com o delegado, "independentemente da posição social, da fama, da faixa etária, seja qual for a posição de determinado cidadão, se ele tem uma relação estreita com essa organização criminosa ele poderá ser investigado".
O delegado declarou ainda que as investigações estão no início e certamente haverá outras prisões. "Surpresas vocês vão ter muitas", disse aos jornalistas que participaram da entrevista coletiva.
Naldinho foi preso na última segunda-feira, junto com outras 51 pessoas, sob acusação de tráfico de drogas. Entre os presos estava também o filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento, o Edinho.
Segundo o juiz da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, Edegar de Sousa Castro, a Justiça ainda está analisando o pedido de liberdade provisória solicitado pelo advogado de Edinho, Sidney Gonçalves. A decisão deverá ser dada na próxima semana.
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