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14/06/2005
-
09h41
LUÍSA BRITO
da Folha de S.Paulo
Pelo menos oito mulheres foram vítimas de violência sexual nos três últimos meses na rua Loefgreen e adjacências, na Vila Clementino, zona sul de São Paulo. A área fica nas imediações da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que atendeu as mulheres violentadas e registrou os dados das ocorrências. Uma das vítimas é da comunidade universitária e foi estuprada há um mês.
Segundo os relatos feitos à Unifesp, os ataques ocorrem sempre à noite, em áreas escuras e pouco movimentadas. Em muitos casos, o suspeito leva as vítimas para as proximidades de um viaduto sobre avenida 23 de Maio, num local onde não pode ser visto pelos motoristas que passam nos carros.
Há mulheres que foram abordadas por um suspeito armado de faca e outras por alguém com um revólver. A maioria das vítimas tem entre 18 e 25 anos. Apesar de a Unifesp ter atendido oito vítimas, a polícia diz só ter registro de três casos na região.
O grande número de casos num período curto de tempo fez com que a universidade se mobilizasse. De acordo com a diretora do Departamento de Comunicações, Regina Stella, na semana passada houve uma reunião entre representantes da universidade e a polícia, na qual foi solicitado maior patrulhamento na área.
Também foram postos avisos na intranet da universidade e cartazes em alguns prédios com dicas sobre violência. Segundo Stella, não foi explicitado que se trata de violência sexual, mas os avisos orientam as pessoas a evitar sair sozinhas e andar por locais mal-iluminados. Além disso, qualquer ocorrência deve ser comunicada à segurança e a delegacia tem de ser notificada.
Cartazes
Quem circula pela região foi informado ontem por cartazes fixados em postes e muros no trecho da Loefgreen, que vai da rua Botucatu à rua dos Otonis.
O texto, todo em letra maiúscula, alerta sobre um estuprador em ação no bairro: "Cuidado! Estuprador agindo no bairro. Várias mulheres foram atacadas. Tenha muito cuidado ao andar pela rua Loefgreen, entre rua Botucatu e rua dos Otonis". Ninguém assina o material.
"Uma amiga me contou que o cara esperava as mulheres naquela esquina [rua Loefgreen com rua Napoleão de Barros] para atacá-las", contou a babá Marisa Dourado, 37, que trabalha numa casa da região. "Fico com medo de andar aqui porque é muito deserto. A pessoa quando vem para o ponto [de ônibus] tem que rezar." A babá disse já ter trocado de ponto de ônibus três vezes numa única noite por não se sentir segura.
O guardador de carros Gilberto dos Santos, 45, afirmou que, na última sexta-feira à noite, uma mulher pediu que ele a acompanhasse até a rua Pedro de Toledo porque um homem a estava seguindo. "Fui falar com o cara e ele saiu correndo. Já ouvi dizer que os estupros são à noite ou de manhã cedo, dizem que até cortaram o seio de uma doutora", falou. A informação não é confirmada nem pela polícia nem pela Unifesp.
Um porteiro e uma auxiliar de limpeza que trabalham numa empresa da rua e não quiseram se identificar também dizem ter ouvido falar dos casos de estupro. "O inspetor de uma escola aqui perto disse que o problema é que o povo fala, fala, mas ninguém denuncia", afirmou.
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Pelo menos oito mulheres foram vítimas de violência sexual nos três últimos meses na rua Loefgreen e adjacências, na Vila Clementino, zona sul de São Paulo. A área fica nas imediações da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que atendeu as mulheres violentadas e registrou os dados das ocorrências. Uma das vítimas é da comunidade universitária e foi estuprada há um mês.
Segundo os relatos feitos à Unifesp, os ataques ocorrem sempre à noite, em áreas escuras e pouco movimentadas. Em muitos casos, o suspeito leva as vítimas para as proximidades de um viaduto sobre avenida 23 de Maio, num local onde não pode ser visto pelos motoristas que passam nos carros.
Há mulheres que foram abordadas por um suspeito armado de faca e outras por alguém com um revólver. A maioria das vítimas tem entre 18 e 25 anos. Apesar de a Unifesp ter atendido oito vítimas, a polícia diz só ter registro de três casos na região.
O grande número de casos num período curto de tempo fez com que a universidade se mobilizasse. De acordo com a diretora do Departamento de Comunicações, Regina Stella, na semana passada houve uma reunião entre representantes da universidade e a polícia, na qual foi solicitado maior patrulhamento na área.
Também foram postos avisos na intranet da universidade e cartazes em alguns prédios com dicas sobre violência. Segundo Stella, não foi explicitado que se trata de violência sexual, mas os avisos orientam as pessoas a evitar sair sozinhas e andar por locais mal-iluminados. Além disso, qualquer ocorrência deve ser comunicada à segurança e a delegacia tem de ser notificada.
Cartazes
Quem circula pela região foi informado ontem por cartazes fixados em postes e muros no trecho da Loefgreen, que vai da rua Botucatu à rua dos Otonis.
O texto, todo em letra maiúscula, alerta sobre um estuprador em ação no bairro: "Cuidado! Estuprador agindo no bairro. Várias mulheres foram atacadas. Tenha muito cuidado ao andar pela rua Loefgreen, entre rua Botucatu e rua dos Otonis". Ninguém assina o material.
"Uma amiga me contou que o cara esperava as mulheres naquela esquina [rua Loefgreen com rua Napoleão de Barros] para atacá-las", contou a babá Marisa Dourado, 37, que trabalha numa casa da região. "Fico com medo de andar aqui porque é muito deserto. A pessoa quando vem para o ponto [de ônibus] tem que rezar." A babá disse já ter trocado de ponto de ônibus três vezes numa única noite por não se sentir segura.
O guardador de carros Gilberto dos Santos, 45, afirmou que, na última sexta-feira à noite, uma mulher pediu que ele a acompanhasse até a rua Pedro de Toledo porque um homem a estava seguindo. "Fui falar com o cara e ele saiu correndo. Já ouvi dizer que os estupros são à noite ou de manhã cedo, dizem que até cortaram o seio de uma doutora", falou. A informação não é confirmada nem pela polícia nem pela Unifesp.
Um porteiro e uma auxiliar de limpeza que trabalham numa empresa da rua e não quiseram se identificar também dizem ter ouvido falar dos casos de estupro. "O inspetor de uma escola aqui perto disse que o problema é que o povo fala, fala, mas ninguém denuncia", afirmou.
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