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14/06/2005 - 23h00

Após tornado, Indaiatuba sofre tremores de terra

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas

Depois de ser parcialmente destruída por um tornado no mês passado, Indaiatuba (102 km de São Paulo) sentiu na noite de segunda-feira os reflexos do terremoto de 7,9 na escala Richter que causou 11 mortes no Chile.

Moradores de prédios da cidade tiveram de evacuar seus apartamentos após o tremor, que ocorreu por volta das 20h e durou, em média, de 10 a 15 segundos.

O tremor ocorreu no Chile às 18h48 locais [19h48 de Brasília] nas cidades de Iquique e Arica, no norte do país, atingiu 7,9 graus na escala Richter e 110 km de profundidade. De acordo com a escala de Mercalli, que mede os efeitos do terremoto nas pessoas, no Chile, o terremoto teve uma magnitude de 10 a 11. Em São Paulo, a magnitude foi de 2 a 3. Tremores de magnitude 2 só são percebidos em locais altos e por quem está em repouso.

Interior

Além de Indaiatuba, o terremoto foi sentido em cidades do interior de São Paulo e no sul de Minas Gerais: Campinas, Rio Claro, Americana, Serra Negra, Hortolândia e Nova Odessa. Também foram registrados abalos em Ribeirão Preto, São Carlos e Poços de Caldas (no sul de Minas Gerais) e Marília. Em nenhum dos locais foram registrados feridos.

"Estava deitada no sofá e percebi o sofá sacudindo. Achei que estava com a pressão baixa. Depois alguns vizinhos começaram a telefonar", disse a dona de casa, Odete Pereira de Oliveira, 75, moradora do 3º andar de um prédio no centro de Indaiatuba.

A jornalista Dione Sordilli não estava em seu apartamento no momento do tremor e ficou presa no elevador por alguns minutos. Ela disse que, por causa do tremor e do tornado do mês passado, preparou uma sacola com roupas e documentos para evacuar o prédio rapidamente em caso de emergência.

"Os moradores tiveram de evacuar o prédio. Já estava assustada com o tornado do mês passado que destruiu a porta e outros objetos na área de serviço do apartamento", disse Sordilli.

Defesa Civil

Em Indaiatuba, a Defesa Civil vistoriou quatro prédios onde o abalo foi notado. "Houve pânico. Depois do tornado, moradores levaram um novo susto com o tremor", disse o presidente da Defesa Civil de Indaiatuba, Antonio Marinho da Silva.

Em Campinas, a Defesa Civil municipal registrou sete chamadas na hora do abalo. As ligações eram de moradores dos bairros Taquaral, Proença, Chácara da Barra e Bela Vista.

"Um vaso que estava em cima da mesa caiu no chão no momento do tremor. Foi uma sensação muito estranha. Vi também a cortina mexer", disse Sara Gomes, 56, moradora do oitavo andar de um prédio no bairro Taquaral, em Campinas. "Tive a sensação de que o sofá vibrava dando uma sensação de tontura", disse Alexandre Mattos, que mora no sétimo andar de um edifício, em Rio Claro (SP).

Parte de Indaiatuba foi devastada por um tornado com ventos que atingiram até 150 km/h no dia 24 de maio. Na ocasião, a prefeitura da cidade decretou estado de calamidade pública.

Paraná

Os seis sismógrafos instalados na hidrelétrica de Itaipu --na região da Tríplice Fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina--, registraram o terremoto no norte do Chile, a 2.000 km de distância, mas foram alguns moradores de prédios em Cascavel, no oeste, e em Apucarana, no norte do Paraná, que passaram momentos de pânico.

Segundo relatos, por volta das 20h em Cascavel, e às 20h40 em Apucarana, os prédios balançaram por alguns segundos.

No edifício Araguaia, de seis andares, no centro de Cascavel, a síndica Dina de Campos, 37, viu o remédio que tentava dar para o filho mais novo derramar da colher, o sofá sair do lugar e os quadros da parede começarem a bater. Eram 19h50. "Foi uma sensação horrível. Você não sabe o que está acontecendo e a primeira coisa que pensa é que o prédio está desabando."

Goiás

A Defesa Civil do Estado registrou um pequeno tremor em um prédio residencial no centro de Goiânia, por volta das 23h de segunda-feira.

Os moradores foram retirados preventivamente do local. Alguns moradores de construções vizinhas chegaram a se queixar do abalo, mas, segundo a Defesa Civil, ele só foi perceptível no prédio evacuado. Uma equipe de engenheiros fez a vistoria na construção após o tremor, mas não foram encontrados sinais de rachaduras ou outros tipos de problema.

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