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22/06/2005 - 22h03

PM é detido por levar colega preso para passear no shopping no ES

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THIAGO REIS
da Agência Folha

O coronel da Polícia Militar Roberto Luiz Francisco foi detido na noite da última segunda-feira acusado de levar o também coronel Walter Ferreira --preso no quartel da corporação-- a um passeio num shopping de Vitória (ES).

Ferreira é acusado de chefiar um grupo de extermínio no Estado e de ser um dos mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, morto no dia 24 de março de 2003. Ele está preso há quase três anos.

Segundo o juiz Carlos Eduardo Lemos, da 5ª Vara de Execuções Penais, Francisco confirmou, em depoimento, a escolta de Ferreira ao shopping e disse que o acompanhou por "camaradagem". De acordo com o juiz, Ferreira foi a uma joalheria para realizar um ajuste em um cordão de ouro.

Foi instaurado um inquérito policial militar para apurar o caso. O prazo para a conclusão do relatório é de 30 dias. Francisco irá responder a um processo que pode lhe render desde uma advertência à expulsão da corporação.

O comandante geral da PM, coronel Luis Carlos Giuberti, afirmou que Ferreira fora levado a uma sessão de fisioterapia no Hospital da PM e que, na volta, o coronel Francisco permitiu sua ida ao shopping. Segundo ele, Francisco errou em dispensar a escolta policial, já que acompanhou sozinho o réu.

Depoimentos

Nesta quarta-feira, prestaram depoimento ao juiz um cabo da PM que dirigia o veículo que conduziu Ferreira ao shopping, o diretor do presídio e o corregedor geral da PM.

O juiz Carlos Eduardo Lemos disse que não poderia dar detalhes da audiência antes da avaliação do Ministério Público. Ele deve se pronunciar sobre uma decisão amanhã.

Lemos afirma que não há dúvidas de que não é a primeira vez que isso ocorre. Giuberti não descartou a possibilidade de ele já ter saído do presídio outras vezes e disse que irá apurar ainda irregularidades como a de que Ferreira teria total liberdade dentro do quartel, a partir de imagens do circuito interno de TV.

O juiz disse que só ficou sabendo que Ferreira esteve no shopping mais de uma semana depois, no último dia 16, quando foi a uma loja de informática e comerciantes denunciaram o ocorrido. Ele requisitou as imagens do circuito interno de TV do shopping, que mostram Ferreira, inclusive, sacando dinheiro em um caixa eletrônico.

Para o advogado de Ferreira, Clóvis Lisboa, a culpa é do policial que permitiu a regalia.

O secretário da Segurança Pública, Rodney Miranda, disse que o governo irá apurar com rigor todas as denúncias.

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