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06/07/2005 - 23h16

Pai nega ter gravado morte da filha e pede regulamento para bungee jump

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

O engenheiro agrônomo Lineu Amaro Rodrigues, pai da estudante de direito Letícia Santarém Amaro Rodrigues, 20, que morreu no domingo ao saltar de bungee jump, em Araguari (MG), negou que tenha registrado em vídeo o salto da filha. As imagens foram divulgadas na internet e por alguns canais de TV.

"Se tivesse gravado, teria colocado fogo na fita." Ele pediu atenção das autoridades para a necessidade de regulamentar o esporte no país e submeter sua prática a regras de seguranças.

Leia os principias trechos da entrevista.

Folha - Há negligência com a segurança na prática de esportes como o bungee jump?

Lineu Amaro Rodrigues - Não sei se as pessoas negligenciam ou não a segurança, mas as autoridades do Brasil estão negligenciando. Como se permite que se pratique um esporte de alto risco sem regulamentação? Você percebe que [o esporte] não tem regras, não tem padrões, não tem treinamento regulamentado. Enfim, é um negócio sem lei. Como exigir segurança ou fiscalização quando não há nada que suporte uma atividade desta? [Fiscalizar] se o equipamento está adequado, se a pessoa que está empurrando e engatando as pessoas pelas cordas têm treinamento suficiente, se o equipamento suporta o peso, se os locais onde se praticam o esporte têm acesso para o caso de socorro. A gente teve que perder uma filha para poder entender isso.

Folha - O senhor nega ter gravado o salto?

Rodrigues - Pediria encarecidamente que coloque minha indignação com a imprensa que diz que filmei minha filha e que estou liberando esse vídeo. Reforce que meu objetivo não é sensacionalismo. Se tivesse gravado, já teria colocado fogo. O que quero é alertar pais, alertar filhos para que ninguém mais passe por aquilo que a gente passou.

Folha - Mas o senhor estava no local e socorreu sua filha após a queda?

Rodrigues - Todos se mostraram bastante despreparados. Não ligaram para a emergência, precisamos gritar para que ligassem. Uma senhora que esperava o filho saltar, que eu nem sabia que era médica, reanimou a Letícia, que recomeçou a respirar. Pegamos ela rápido, em um lugar de difícil acesso, não tinha maca para carregá-la, não tinha ambulância, o resgate não chegou. Levamos ela em uma camionete, com outros três rapazes do grupo que mostraram o caminho.

Folha - O senhor responsabiliza alguém pela morte de Letícia?

Rodrigues - Esse não é meu papel. Quero despertar os pais para que eles sejam muito rigorosos em relação a isso [prática de bungee jump], que façam mais do eu fiz, porque não foi suficiente. Quero despertar também os colégios para que atentem antes de divulgar isso [bungee jump], porque existe um grupo muito propenso para fazer o esporte. Os jovens gostam de aventura. E que as autoridades despertassem o interesse para que esse esporte seja regulamentado, com normas extremamente rígidas. Não queremos que a morte da Letícia tenha sido em vão.

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