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16/07/2005 - 03h17

Explosão de granada faz jovem amputar a perna no Rio

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da Folha de S.Paulo

Alan Nunes da Silva, 20, teve parte da perna direita amputada na noite de quinta-feira devido à explosão de granada de fabricação caseira na favela da Coréia, em Senador Camará (zona oeste do Rio).

Segundo o titular da Drae (Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos), delegado Carlos Oliveira, o jovem afirmou ser traficante e que carregava o artefato no bolso. De acordo com o rapaz, a bomba caiu do bolso e explodiu.

A Polícia Civil chegou a suspeitar inicialmente de que o jovem tinha perdido a perna após pisar em uma mina terrestre que teria sido colocada na favela por traficantes. A hipótese havia surgido porque, em maio do ano passado, oito minas terrestres foram apreendidas na mesma favela.

A suspeita aumentou ainda mais depois que o pai de Silva, de acordo com Oliveira, ter declarado que seu filho tinha pisado em uma mina terrestre.

O delegado foi até o hospital Rocha Faria (Campo Grande, zona oeste) onde Silva foi internado para ouvi-lo. Inicialmente, o jovem lhe contou que estava na rua quando se assustou com um tiroteio e começou a correr. No caminho, teria ouvido alguém gritar para que ele não passasse em determinado trecho da rua. Em seguida, houve a explosão, disse ele.

No seu primeiro relato, Silva havia dito não saber o que havia acontecido. Ele perdeu toda a parte inferior da perna direita (do joelho até os pés), mas não corre risco de morte.

À tarde, policiais civis foram até o local onde ocorreu a explosão e recolheram fragmentos do artefato que explodiu. Após uma perícia preliminar, que contou com a participação de integrantes do Exército, foi verificado que havia várias bilhas tipicamente usadas em artefatos de fabricação artesanal, o que descartaria a hipótese de minas terrestres.

Após a perícia, os policiais ouviram novamente Silva, que confessou que carregava uma granada artesanal no bolso que caiu e explodiu, dilacerando sua perna direita.

Segundo a polícia, ele declarou ser olheiro do tráfico e que ganhava de R$ 40 a R$ 50 por dia para vigiar uma das entradas da favela e avisar os comparsas, por meio de um rádio, da chegada da polícia ou de traficantes rivais.

Silva disse que a bomba caseira estava em um tubo de PVC. Ao deixá-la cair, o jovem tentou pegá-la; Foi quando ocorreu a explosão.

O delegado Oliveira afirmou que o rapaz será indiciado por porte ilegal de artefato explosivo e associação para o tráfico. Silva ainda não tem previsão para deixar o hospital.

Mistério

Após ter apreendido as oito minas terrestres no ano passado na favela da Coréia, a polícia recebeu várias informações de que traficantes teriam outros artefatos do tipo.

Escutas telefônicas feitas em aparelhos de cúmplices do traficante Róbson André da Silva, o Robinho Pinga, acusado de ser o chefe do tráfico na Coréia, flagraram conversas em que os criminosos falavam que havia minas enterradas pela comunidade. A suspeita, no entanto, nunca foi confirmada.

Um rastreamento feito pela Polícia Civil identificou que as minas achadas na favela da Coréia foram adquiridas em uma fábrica na Bélgica.

Em outra investigação, foi identificado que o Exército havia comprado minas cujo lote seria o mesmo das achadas na favela. O Exército, no entanto, negou que tivesse minas desviadas de seus depósitos.

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