Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/08/2005 - 10h39

Sindicância vai apurar caso de lesão cerebral em cirurgia

Publicidade

RENATA BAPTISTA
da Folha de S.Paulo

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) abriu ontem sindicância para apurar se houve negligência médica no atendimento a Nairhy Luizzy Ramos de Oliveira, 9, que saiu com apenas 8% de sua capacidade cerebral da sala de cirurgia do Hospital de Cotia Dr.Odair Pedroso, onde entrou para operar o cotovelo em janeiro do ano passado. O caso foi revelado ontem pelo "Diário de S.Paulo".

No dia 15 de janeiro de 2004, Nairhy, então com 7 anos, quebrou o cotovelo após uma queda do patinete que havia ganhado no Natal. Levada pela avó ao posto de saúde, foi constatado que seria necessária uma cirurgia corretiva para a fixação de um pino, que foi marcada para o dia 20 no hospital.

Segundo a mãe de Nairhy, Adriana de Oliveira, 29, o médico que iria operar a menina informou que o procedimento seria simples e que duraria cerca de 45 minutos. Nairhy entrou na sala às 14h45 e a mãe só voltou a ter notícias dela às 19h, quando os médicos informaram que ela havia sofrido uma parada cardíaca após a anestesia, estava em coma, e seria necessário transferi-la para um hospital que tivesse UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

Nairhy ficou 28 dias na UTI, dos quais 15 em coma. No total, foram 55 dias internada no Hospital São Paulo, onde foi constatada lesão gravíssima no cérebro devido à falta de oxigenação durante os 22 minutos em que ela ficou desacordada. Hoje ela não movimenta o corpo, não fala e não enxerga.

Segundo Adriana, não havia desfibrilador na sala de cirurgia, e por isso foi realizada apenas a massagem manual. "Minha revolta é com a prefeitura e com os médicos, pois acho que eles não eram preparados para estar lá."

Em dezembro de 2004 foi instaurado inquérito policial na delegacia de Cotia, que, segundo o delegado-assistente Helton Luís Padilha, está na fase de pareceres.

Adriana afirma que a decisão de denunciar o ocorrido somente agora aconteceu porque a prefeitura não está dando a assistência necessária à menina. O advogado da família, Roberto Junqueira, diz que deve impetrar amanhã uma ação indenizatória contra a Prefeitura de Cotia e o médico-anestesista que fez o procedimento.

O Hospital de Cotia e a Secretaria da Saúde do município declararam, através de nota oficial, que foi agendada uma reunião com os pais da menor com o objetivo de tratar das suas necessidades médicas e sociais. Em 2004, o hospital era gerido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Unifesp declarou que, pelo fato de a instituição não gerenciar o hospital desde dezembro de 2004, todos os prontuários de pacientes encontram-se sob guarda da prefeitura, mas que já foi solicitada autorização para ter acesso ao material e, assim, prestar os esclarecimentos devidos.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Cremesp
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página