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22/08/2005
-
22h02
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
A Polícia Civil indiciou nesta segunda-feira o instrutor Ricardo Nardin e o empresário Rogério Gonçalves, pela morte da estudante Letícia Santarém Amaro Rodrigues, 20, durante salto de bungee jump, em Araguari (558 km de Belo Horizonte), no dia 3 de julho. O equipamento usado pela estudante rompeu e ela se chocou contra o solo.
O instrutor foi indiciado por homicídio doloso. Segundo a delegada, ele não tinha a intenção de matar a estudante, mas assumiu o risco da morte.
"A teoria do dolo eventual está previsto no Código Penal. Ele não desejava a morte, mas produziu os riscos. Como uma pessoa desqualificada e sem habilidade leva as pessoas para saltar de bungee jump?", disse a delegada da Polícia Civil Mary Simone Reis, responsável pelo inquérito.
O empresário Rogério Gonçalves, que organizou o evento e contratou o instrutor, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). Segundo a delegada, houve negligência por parte da organização do salto. O instrutor de rapel Pedro Nobre, que também acompanhava o salto, foi indiciado pelo crime de exposição ao risco.
O advogado de Nardin, Honório Mendes Ribeiro Neto, disse que a defesa entende que não houve dolo (intenção de matar). "Atribuímos o evento [morte da estudante] a uma falha do material. A fita tubular [que prendia Letícia] rompeu após o salto, causando a queda. Na pior das hipóteses, seria homicídio culposo por negligência ou falha no material", afirmou Ribeiro Neto.
O advogado disse que vai aguardar a manifestação do Ministério Público, que pode ter um entendimento diferente do da delegada em relação ao crime.
Segundo o advogado, Nardin está passando uma temporada na casa de parentes em Piracicaba (162 km de São Paulo), com acompanhamento de psicólogos. Ele teria ficado muito abalado com a morte da estudante.
A reportagem deixou um recado no celular da advogada de Gonçalves, mas ainda não houve resposta. A reportagem não localizou o advogado de Nobre.
Socorro
No dia da queda, Letícia foi socorrida pelo próprio pai, Lineu Amaro Rodrigues, que assistia ao salto, e por uma médica que também acompanhava o filho no evento.
Segundo o pai da estudante, a área onde ela caiu era de difícil acesso e não havia maca nem ambulância disponível para socorrê-la. Letícia foi levada para o Hospital das Clínicas, em Uberlândia (MG), mas não resistiu aos ferimentos.
A legislação brasileira não prevê regulamentação da prática do bungee jump. Após a morte da estudante, foi apresentado na Câmara Federal um projeto de lei que proíbe a prática no país. A proposta está em tramitação.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre bungee jump
Polícia indicia instrutor e empresário por morte em bungee jump
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da Agência Folha
A Polícia Civil indiciou nesta segunda-feira o instrutor Ricardo Nardin e o empresário Rogério Gonçalves, pela morte da estudante Letícia Santarém Amaro Rodrigues, 20, durante salto de bungee jump, em Araguari (558 km de Belo Horizonte), no dia 3 de julho. O equipamento usado pela estudante rompeu e ela se chocou contra o solo.
O instrutor foi indiciado por homicídio doloso. Segundo a delegada, ele não tinha a intenção de matar a estudante, mas assumiu o risco da morte.
"A teoria do dolo eventual está previsto no Código Penal. Ele não desejava a morte, mas produziu os riscos. Como uma pessoa desqualificada e sem habilidade leva as pessoas para saltar de bungee jump?", disse a delegada da Polícia Civil Mary Simone Reis, responsável pelo inquérito.
O empresário Rogério Gonçalves, que organizou o evento e contratou o instrutor, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). Segundo a delegada, houve negligência por parte da organização do salto. O instrutor de rapel Pedro Nobre, que também acompanhava o salto, foi indiciado pelo crime de exposição ao risco.
O advogado de Nardin, Honório Mendes Ribeiro Neto, disse que a defesa entende que não houve dolo (intenção de matar). "Atribuímos o evento [morte da estudante] a uma falha do material. A fita tubular [que prendia Letícia] rompeu após o salto, causando a queda. Na pior das hipóteses, seria homicídio culposo por negligência ou falha no material", afirmou Ribeiro Neto.
O advogado disse que vai aguardar a manifestação do Ministério Público, que pode ter um entendimento diferente do da delegada em relação ao crime.
Segundo o advogado, Nardin está passando uma temporada na casa de parentes em Piracicaba (162 km de São Paulo), com acompanhamento de psicólogos. Ele teria ficado muito abalado com a morte da estudante.
A reportagem deixou um recado no celular da advogada de Gonçalves, mas ainda não houve resposta. A reportagem não localizou o advogado de Nobre.
Socorro
No dia da queda, Letícia foi socorrida pelo próprio pai, Lineu Amaro Rodrigues, que assistia ao salto, e por uma médica que também acompanhava o filho no evento.
Segundo o pai da estudante, a área onde ela caiu era de difícil acesso e não havia maca nem ambulância disponível para socorrê-la. Letícia foi levada para o Hospital das Clínicas, em Uberlândia (MG), mas não resistiu aos ferimentos.
A legislação brasileira não prevê regulamentação da prática do bungee jump. Após a morte da estudante, foi apresentado na Câmara Federal um projeto de lei que proíbe a prática no país. A proposta está em tramitação.
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