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02/10/2000 - 23h12

Vereador menos votado em SP foi gari e líder comunitário

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da Folha de S.Paulo

A casa de Antonio Paes da Cruz, o Baratão, 58, estava cheia na tarde de hoje. Amigos e vizinhos não paravam de chegar e de telefonar, parabenizando o ex-gari e líder comunitário pelo seu feito: eleger-se vereador de São Paulo pelo Prona, com 2.023 votos.

Baratão não estava tão surpreso com a vitória. "Quando a gente faz um trabalho comunitário, sempre acha que pode ganhar", disse, visivelmente cansado, mas se dizendo muito feliz.

A noite foi longa. Acompanhando as apurações por intermédio de um amigo, Baratão soube que estava eleito por volta das 5h da manhã. Não conseguiu dormir mais. Ele foi o vereador eleito com menor votação na cidade.

Não querendo atribuir sua eleição à expressiva votação de sua colega de legenda, Havanir Nimtz (a segunda mais votada), Baratão justificava o fato pelo seu trabalho junto aos moradores do Jardim Peri Alto, na zona norte da cidade.

"Quando cheguei aqui, só havia quatro casas. Eu ia na regional, pedir que melhorias fossem feitas na iluminação pública, no abastecimento de água e na escola do bairro", afirmou. "Me candidatei porque a comunidade queria."

Baratão não tem medo de enfrentar um plenário na Câmara Municipal porque diz conhecer bem a natureza humana. Ele pretende dar prioridade aos problemas da periferia da cidade, como reconstrução de praças e pavimentação de ruas.

Em reuniões com a comunidade do Jardim Peri Alto, já surgiram duas idéias: incentivar a criação de cooperativas financiadas pela prefeitura para os desempregados e promover cursos profissionalizantes itinerantes.

Aposentado, depois de trabalhar como gari para a prefeitura, Baratão jura que o apelido não tem nada a ver com lixo. "Quando tinha 13 anos, trabalhava numa cartonagem e gostava de brincar com meus colegas mais velhos. Eles diziam que eu tirava muito barato. Daí o nome Baratão."

As comemorações na casa, que serviu de comitê eleitoral não devem terminar tão cedo. "Vamos fazer uma grande festa com os moradores daqui porque eles ajudaram a tornar isso realidade", disse.

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