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31/08/2005
-
10h15
FAUSTO SALVADORI FILHO
do Agora
Dois policiais militares são acusados de atacar cinco jovens, com idades entre 16 e 21 anos, em Itaim Paulista (zona leste da capital paulista), na madrugada de ontem. Duas das vítimas morreram.
Segundo a Corregedoria da PM, o cabo Marcos Feitosa de Moraes, 28, que estava em serviço, revistou o grupo para saber se alguma das vítimas estava armada.
Em seguida, o cabo teria dado um sinal de sirene para o parceiro, o soldado Júlio César Brino Ceballos, 23, que estava em férias. O soldado, à paisana, teria passado numa moto e baleado os rapazes.
Reconhecido por um sobrevivente, Moraes foi preso e levado ao presídio Romão Gomes. Ceballos, também reconhecido, está foragido. Ambos vão responder à acusação de duplo homicídio. Segundo a Corregedoria, Moraes disse que só falaria em juízo.
Ameaça prévia
A polícia ainda não sabe o que levou os PMs a atirar contra os jovens. Segundo testemunhas, Feitosa teria ameaçado de morte uma das vítimas, o feirante Marcelo de Souza Melo, 19, durante uma revista, há duas semanas.
Os amigos haviam passado a noite em um forró e pararam em frente à casa de um deles, o entregador Wellington da Silva Costa, 21, por volta das 3h.
Enquanto conversava na calçada, o grupo viu um carro da PM, com dois policiais, e uma motocicleta com uma dupla à paisana passarem pela rua.
Os dois PMs --o cabo Feitosa e o soldado Adão Dias da Silva, 34-- voltaram logo depois e revistaram o grupo. "Eles pareciam drogados", disse uma vítima.
Melo assustou-se ao ver Feitosa. "Esse PM falou que ia me matar", disse para um amigo. Os policiais saíram sem fazer nada, mas o cabo deu um toque de sirene --um possível sinal para os assassinos na moto. Segundo a Corregedoria, Dias da Silva não sabia o real motivo da revista, e por isso não será indiciado.
"Assim que o carro saiu, a moto veio com tudo", contou uma vítima. Ceballos, na garupa, gritou "vão morrer" e baleou quatro jovens, segundo o relato. Um deles, de 17 anos, saiu correndo e escapou ileso. O homem que dirigia a moto não foi identificado.
Baleados na cabeça, Costa e Melo chegaram mortos ao PS Santa Marcelina. Socorrido no mesmo hospital, um jovem de 16 anos passou ontem por cirurgia. Outro jovem, da mesma idade, foi levado ao PS Tide Setúbal, com ferimento no abdome. Eles não correm risco de morte.
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Dois policiais militares são acusados de atacar cinco jovens, com idades entre 16 e 21 anos, em Itaim Paulista (zona leste da capital paulista), na madrugada de ontem. Duas das vítimas morreram.
Segundo a Corregedoria da PM, o cabo Marcos Feitosa de Moraes, 28, que estava em serviço, revistou o grupo para saber se alguma das vítimas estava armada.
Em seguida, o cabo teria dado um sinal de sirene para o parceiro, o soldado Júlio César Brino Ceballos, 23, que estava em férias. O soldado, à paisana, teria passado numa moto e baleado os rapazes.
Reconhecido por um sobrevivente, Moraes foi preso e levado ao presídio Romão Gomes. Ceballos, também reconhecido, está foragido. Ambos vão responder à acusação de duplo homicídio. Segundo a Corregedoria, Moraes disse que só falaria em juízo.
Ameaça prévia
A polícia ainda não sabe o que levou os PMs a atirar contra os jovens. Segundo testemunhas, Feitosa teria ameaçado de morte uma das vítimas, o feirante Marcelo de Souza Melo, 19, durante uma revista, há duas semanas.
Os amigos haviam passado a noite em um forró e pararam em frente à casa de um deles, o entregador Wellington da Silva Costa, 21, por volta das 3h.
Enquanto conversava na calçada, o grupo viu um carro da PM, com dois policiais, e uma motocicleta com uma dupla à paisana passarem pela rua.
Os dois PMs --o cabo Feitosa e o soldado Adão Dias da Silva, 34-- voltaram logo depois e revistaram o grupo. "Eles pareciam drogados", disse uma vítima.
Melo assustou-se ao ver Feitosa. "Esse PM falou que ia me matar", disse para um amigo. Os policiais saíram sem fazer nada, mas o cabo deu um toque de sirene --um possível sinal para os assassinos na moto. Segundo a Corregedoria, Dias da Silva não sabia o real motivo da revista, e por isso não será indiciado.
"Assim que o carro saiu, a moto veio com tudo", contou uma vítima. Ceballos, na garupa, gritou "vão morrer" e baleou quatro jovens, segundo o relato. Um deles, de 17 anos, saiu correndo e escapou ileso. O homem que dirigia a moto não foi identificado.
Baleados na cabeça, Costa e Melo chegaram mortos ao PS Santa Marcelina. Socorrido no mesmo hospital, um jovem de 16 anos passou ontem por cirurgia. Outro jovem, da mesma idade, foi levado ao PS Tide Setúbal, com ferimento no abdome. Eles não correm risco de morte.
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