Publicidade
Publicidade
03/09/2005
-
12h13
MARCELO TOLEDO
Enviado da Folha a Franca
A costureira desempregada R.S.S., 22, mãe de Jhéck Breener de Oliveira, 4, disse que perdoa o seu ex-marido, o recepcionista Jeson de Oliveira, 35, pelo fato de ele querer autorização judicial para realizar a eutanásia no filho, cujo quadro clínico é irreversível.
R. afirmou também que a perda do pai há 12 dias --que morreu de mal de Chagas --a levou a juntar mais forças para lutar pela vida de seu filho.
Dizendo-se crente na possibilidade de um milagre salvar a vida de Jhéck, R. afirmou ainda que seu coração lhe diz que ela tem de ficar ao lado do filho, apesar da resistência do ex-marido. "Eu quero o Jhéck feliz, do meu lado. Perdôo o pai dele pelo o que está fazendo. As pessoas têm todo o direito de errar, mas podem corrigir os erros", disse a costureira.
De acordo com R., no dia da morte de seu pai, João Alves de Souza, ela só pôde permanecer com o filho dez minutos no hospital, tempo que considerou suficiente para perceber que precisaria continuar lutando pela vida do filho. "Senti que não podia desistir de lutar, porque ele precisa de mim", afirmou.
Jhéck está internado há quatro meses no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital Unimed por causa de uma doença metabólica degenerativa do sistema nervoso central, responsável pela perda dos movimentos dos braços, pernas e pescoço, além da fala e da visão. O quadro é irreversível, segundo o hospital, que fez o diagnóstico em conjunto com o HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (cidade a 314 km da capital paulista).
Apoio externo
A dona-de-casa Maria Aparecida dos Santos de Souza, mãe de R., disse considerar inadmissível que o ex-genro queira autorização para realizar a eutanásia no neto. "Não é possível que um pai queira a morte do filho."
Oliveira disse ontem que não está preocupado com o que a ex-mulher e a família dela pensam. "Só me preocupo com a situação do meu filho, que para mim não está mais vivo naquela cama de hospital. Não desisti [de tentar a eutanásia] e não desistirei", disse ele, que já teve três boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil de Franca por constrangimento ilegal e ameaça de agressão contra a ex-mulher.
Maria Aparecida afirmou que a filha está passando por dificuldades financeiras por ter deixado o emprego para cuidar do neto. A comoção causada pelo caso fez com que o hospital recebesse, nos últimos três dias, uma série de doações para serem encaminhadas à mãe de Jhéck: R$ 200 em dinheiro, dez pacotes de fralda, cinco cestas básicas e pelo menos 20 revistas religiosas, além de terços, flores e cartas.
"As pessoas que telefonam dizem que estão orando e pedem que o pai não prossiga com isso", afirmou Raquel Palma, coordenadora da área de atendimento do hospital.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre eutanásia
Mãe de garoto afirma que perdoa ex-marido que defende eutanásia
Publicidade
Enviado da Folha a Franca
A costureira desempregada R.S.S., 22, mãe de Jhéck Breener de Oliveira, 4, disse que perdoa o seu ex-marido, o recepcionista Jeson de Oliveira, 35, pelo fato de ele querer autorização judicial para realizar a eutanásia no filho, cujo quadro clínico é irreversível.
R. afirmou também que a perda do pai há 12 dias --que morreu de mal de Chagas --a levou a juntar mais forças para lutar pela vida de seu filho.
Dizendo-se crente na possibilidade de um milagre salvar a vida de Jhéck, R. afirmou ainda que seu coração lhe diz que ela tem de ficar ao lado do filho, apesar da resistência do ex-marido. "Eu quero o Jhéck feliz, do meu lado. Perdôo o pai dele pelo o que está fazendo. As pessoas têm todo o direito de errar, mas podem corrigir os erros", disse a costureira.
De acordo com R., no dia da morte de seu pai, João Alves de Souza, ela só pôde permanecer com o filho dez minutos no hospital, tempo que considerou suficiente para perceber que precisaria continuar lutando pela vida do filho. "Senti que não podia desistir de lutar, porque ele precisa de mim", afirmou.
Jhéck está internado há quatro meses no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital Unimed por causa de uma doença metabólica degenerativa do sistema nervoso central, responsável pela perda dos movimentos dos braços, pernas e pescoço, além da fala e da visão. O quadro é irreversível, segundo o hospital, que fez o diagnóstico em conjunto com o HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (cidade a 314 km da capital paulista).
Apoio externo
A dona-de-casa Maria Aparecida dos Santos de Souza, mãe de R., disse considerar inadmissível que o ex-genro queira autorização para realizar a eutanásia no neto. "Não é possível que um pai queira a morte do filho."
Oliveira disse ontem que não está preocupado com o que a ex-mulher e a família dela pensam. "Só me preocupo com a situação do meu filho, que para mim não está mais vivo naquela cama de hospital. Não desisti [de tentar a eutanásia] e não desistirei", disse ele, que já teve três boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil de Franca por constrangimento ilegal e ameaça de agressão contra a ex-mulher.
Maria Aparecida afirmou que a filha está passando por dificuldades financeiras por ter deixado o emprego para cuidar do neto. A comoção causada pelo caso fez com que o hospital recebesse, nos últimos três dias, uma série de doações para serem encaminhadas à mãe de Jhéck: R$ 200 em dinheiro, dez pacotes de fralda, cinco cestas básicas e pelo menos 20 revistas religiosas, além de terços, flores e cartas.
"As pessoas que telefonam dizem que estão orando e pedem que o pai não prossiga com isso", afirmou Raquel Palma, coordenadora da área de atendimento do hospital.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice