Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/09/2005 - 09h04

Empresário diz que PM não quis buscar veículo roubado

Publicidade

JOSÉ MESSIAS XAVIER
da Folha de S.Paulo, no Rio

Quatro dias após o roubo de um Dakota, a Polícia Militar vasculhou a favela Furquim Mendes, na zona norte do Rio de Janeiro, para tentar encontrar o veículo e 11 quadros e cinco livros-pintura do conceituado artista plástico Herton Roitman, que estavam em seu interior. Não obteve sucesso.

Segundo Sérgio Gonçalves, dono da galeria Almacén, na Barra da Tijuca, o roubo ocorreu na noite do dia 8, quando ele trazia de São Paulo as obras de arte a serem expostas em sua galeria.

O marchand diz que o carro foi localizado dentro da favela pelo GPS (monitoramento por satélite), mas que, ao avisar o 16º Batalhão, os policiais militares se negaram a buscar o veículo.

Ninguém da Polícia Militar deu entrevista sobre o caso. A corporação do governo Rosinha Matheus (PMDB) só afirmou, via assessoria, que fez incursão na favela, mas não localizou nem o carro nem as obras de arte.

Fechado na Dutra

Gonçalves diz que passava pela rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade de São João de Meriti, quando um carro com quatro homens o fechou. Um deles fugiu no Dakota e os outros levaram celular, carteira e relógio. As obras de arte estavam no porta-malas.

Uma hora depois, o marchand relatou o crime ao 16º BPM e diz que os PMs recusaram-se a entrar na favela. Após registrar queixa, Gonçalves escreveu seu drama e enviou o texto à imprensa.

Anteontem, ao saber do assalto, o comandante do batalhão, coronel José Luís Nepomuceno, determinou uma incursão na favela. "Mas nem o carro nem as obras foram encontrados. No dia seguinte ao assalto a localizadora já não estava conseguindo rastrear o carro por GPS", disse Gonçalves.

O marchand não quis revelar o valor das obras roubadas. Disse que elas são inéditas e que Roitman não queria vendê-las.

"Elas têm apenas valor subjetivo, não valem nada para quem as roubou. Fazemos um apelo para que sejam devolvidas. A galeria terá de indenizar o artista, que definirá o valor das obras", disse Gonçalves. Classificadas como "abstracionismo geométrico", as obras incluem retângulos e quadrados em tons "quentes", principalmente o vermelho.

Ele manterá a exposição de Herton Roitman, a primeira no Rio de Janeiro, com as obras que restaram. O artista, chocado com o assalto, adiou para hoje sua viagem.

Nascido em Porto Alegre, Roitman mudou-se para Belo Horizonte em 1964. Formou-se ator pela Universidade Federal de Minas Gerais. Estudou desenho, tecnologia da cor e história da arte em cursos de extensão universitária pela mesma universidade. Desde 1968 trabalha e mora em São Paulo. Foi coordenador cultural de artes cênicas da Fundação Itaú Clube de 1978 a 1987. Já fez exposições internacionais e na Bienal de São Paulo.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre roubo de carros
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página