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14/09/2005 - 14h01

Com funcionários em greve, Correios acionam plano de contingência

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

A greve dos Correios já atinge 70% dos funcionários, segundo estimativa do Comando Nacional de Negociação, ligado à Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect). A assessoria dos Correios informou, no entanto, que o movimento afetou apenas 20% das atividades, principalmente nas áreas de transporte e distribuição.

Um plano de contingência da estatal já foi acionado para minimizar os efeitos da greve na prestação dos serviços. Estão sendo contratadas cerca de 2.000 pessoas em caráter temporário para fazerem o serviço que não está sendo prestado pelos funcionários em greve.

Os trabalhadores reivindicam um reajuste real de 20%, mais a correção da inflação medida pelo IPCA (6,57%) a partir de agosto, e a elevação do piso salarial de R$ 448 para R$ 931. A estatal ofereceu um aumento de 8% entre agosto e dezembro deste ano e mais 3,9% a partir de janeiro, totalizando 11,9%, mais um abono de R$ 600.

"Não estamos fugindo das negociações", disse nesta quarta-feira o sindicalista do Paraná, Celso Lima de Paiva, que integra o comando nacional de negociação. Segundo ele, apenas dois dos 33 sindicatos de trabalhadores dos Correios não decretaram a greve (Uberaba e Santos) porque decidiram aguardar avanços nas negociações com a direção da estatal.

As negociações, segundo Paiva, tiveram início em julho, mas avançaram pouco.

Reivindicações

Os trabalhadores também aproveitam as negociações para cobrar dos Correios um passivo que representaria uma alta de 52% nos salários. O sindicato propõe que esse passivo relativos a perdas salariais desde 1994, discutido na Justiça, seja dividido em três parcelas pagas uma agora, outra em dezembro deste ano e a terceira no final de 2006.

A empresa afirma que as reivindicações dos trabalhadores somariam uma despesa anual de R$ 24 bilhões para os Correios, o correspondente a três vezes o faturamento da estatal. A folha de pagamento dos 108 mil funcionários consome hoje cerca de 60% das receitas dos Correios.

O movimento é mais forte, segundo Celso Paiva, em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, entre outros Estados.

O comando de greve aguarda uma nova proposta dos Correios para retomar as negociações. Enquanto isso, a assessoria da empresa informou que a decretação de greve leva as negociações à estaca zero, que seria apenas a correção pelo IPCA, mais um abono de R$ 400.

O sindicalista afirmou que a reivindicação dos trabalhadores neste ano é mais factível que no ano passado, principalmente no que diz respeito ao piso salarial. Em 2004, a categoria chegou a pedir a elevação do piso salarial para R$ 1.500,00. "Estamos mais próximos da realidade", disse Paiva ao argumentar que os trabalhadores dos Correios receberiam o menor piso salarial entre as estatais brasileiras.

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