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22/09/2005 - 13h25

Ministro determina que diretor da PF acompanhe investigação sobre furto

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da Folha Online

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, determinou que o diretor-geral da PF (Polícia Federal), delegado Paulo Lacerda, acompanhe pessoalmente as investigações sobre o furto de cerca de R$ 2 milhões da sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio, ocorrido no último fim de semana. A expectativa é que Lacerda siga para o Rio até sexta-feira (23).

As notas de euro, dólar e reais foram apreendidas durante a operação Caravelas, que investiga atuação de uma suposta quadrilha de tráfico internacional de cocaína formada por empresários.

Depois do furto, toda a equipe da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) e duas equipes de plantão foram afastadas. Ao todo, 59 agentes --entre eles cinco delegados-- são investigados.

O 11º suspeito de envolvimento com a quadrilha foi preso. Rodrigo Palinhos se apresentou à Polícia Federal e já seguiu para Goiânia, onde as investigações estão concentradas.

A.Campbell/Folha Imagem
Sede da PF no Rio, onde houve o furto de dinheiro
Sede da PF no Rio, onde houve o furto de dinheiro
Depósito

Em depoimento ao corregedor ao corregedor Victor Hugo Poubel e em conversas com policiais federais da superintendência, o escrivão Fábio Marôt Kair, responsável pela guarda do dinheiro, disse que estava pronto para depositar o valor na agência do Banco do Brasil no centro, na última sexta-feira. Só não o fez por ter recebido ordem direta do superintendente em exercício, Roberto Prel.

A determinação foi para manter o dinheiro na PF durante o fim de semana. A colegas, Kair disse desconfiar que a intenção era mostrar o dinheiro aos jornalistas.

As fotocópias das notas apreendidas não teriam sido feitas, o que deve dificultar o rastreamento do dinheiro.

De acordo com linha de investigação mais forte, policiais federais podem ter cometido o crime para "vender" o dinheiro para a própria quadrilha de traficantes de quem os valores foram apreendidos.

"Há outras possibilidades, como eles terem roubado para eles próprios, mas a linha mais forte é o furto em nome da quadrilha", disse à Folha o delegado Getúlio Bezerra, diretor de Combate ao Crime Organizado da PF.

Versões

Mudou na terça-feira (20) a versão apresentada pela PF para o furto. Por meio de sua assessoria de imprensa, Prel admitiu que o dinheiro não estava na sala-forte, mas sim em um cofre menos seguro.

O cofre estaria em uma sala, protegida por grades de ferro, na DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes). Para chegar aos dólares e euros, os criminosos arrombaram seis fechaduras, e não duas. O cômodo fica no mesmo andar da sala-forte.

Estaria na sala-forte, porém, a 1,6 tonelada de cocaína apreendida em câmaras frigoríficas de um mercado da Penha (zona oeste do Rio). A droga, vinda da Colômbia, estava escondida entre 50 toneladas de bucho bovino e seria enviada para a Europa.

Prisões

Na semana passada, as investigações da operação culminaram nas prisões do italiano Vladimiro Leopardi, o Miro, proprietário dos restaurantes Satyricon, e da empresária Sandra Tolpiakow sócia no restaurante Capricciosa.

José Antônio Palinhos Jorge Pereira e o empresário português Antônio dos Santos Damaso também foram presos. Eles são apontados pela PF como organizadores de uma rede de distribuição de cocaína colombiana para Portugal. Pereira chefiaria a rede no Brasil e Damaso, internacionalmente.

Leopardi aparece em escutas telefônicas da PF conversando com Palinhos sobre remessas de dinheiro para investimentos nas redes de restaurantes, inclusive para a inauguração da boate Capital, que está sendo construída na lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul do Rio).

Em uma cobertura de luxo na Barra da Tijuca, haviam sido encontrados R$ 750 mil e US$ 50 mil. O imóvel, avaliado em R$ 6 milhões, pertence a Damaso.

Mais R$ 500 mil, em notas de R$ 100, foram encontrados em uma mala, no bagageiro de um dos carros que pertenceriam a Palinhos.

No apartamento dele, em Ipanema (zona sul do Rio), ainda teriam sido encontradas uma pistola Taurus, calibre 380, sem registro e documentos brasileiros e portugueses. Uma lancha de nome Senna, também de Palinhos, foi apreendida em Búzios (RJ).

Com Folha de S.Paulo, no Rio e Agência Brasil

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