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08/10/2005 - 10h27

Quase metade das vítimas de armas de fogo não conhecia agressor, diz pesquisa

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da Folha de S.Paulo

Pesquisa do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) questiona um dos principais argumentos dos defensores da proibição do comércio de armas: quase a metade das vítimas de armas de fogo entre maio de 99 e maio de 2005 no Estado não conhecia o autor.

Os defensores da proibição costumam sustentar que os crimes cometidos por armas de fogo, em sua maioria, são por pessoas conhecidas da vítima, motivados por brigas entre vizinhos, vinganças ou questões passionais.

No entanto, a pesquisa mostra que, entre maio de 1999 e maio de 2005, das 25.618 vítimas de armas de fogo no Rio --seja por homicídio doloso ou culposo, tentativa de homicídio, lesão corporal, lesão corporal seguida de morte e latrocínio (roubo seguido de morte)-- 49,3% não conheciam o autor dos disparos e apenas 5,7% tinham relação com o agressor. Não há informações sobre a relação de autor e vítima para 45%.

Autor do estudo, encomendada pela Frente Brasil Sem Armas, o sociólogo Michel Misse disse ter ficado surpreso com o resultado, mas credita isso à falta de qualidade nas investigações. "A polícia não produz informação e deduziu que a maioria dos autores é desconhecida das vítimas."

Um dos coordenadores da Frente Rio Sem Armas, deputado estadual Carlos Minc (PT), disse que, nesse período, as delegacias legais --que representam 50% dos registros policiais-- tiveram 880 vítimas, sendo que 46,4% envolvidas em brigas fúteis entre indivíduos que mantêm relações interpessoais.

Os dados indicam que, em 1991, a média mensal de assassinatos no Rio era de 700 e, em 2005, caiu para 500. Em contrapartida, a média mensal do número de armas apreendidas, de 150 em 1991, subiu para cerca de 700 neste ano.

O estudo da UFRJ indica que quase a metade das vítimas que reagiram armadas a um assalto acabaram mortas. Nesse caso, os pesquisadores se basearam em 879 vítimas de latrocínio tentado ou consumado entre 1999 e 2004. Desse total, 120 reagiram usando armas, e 58 morreram.

O diretor da ANPCA (Associação Nacional de Proprietários e Comerciantes de Armas), Leonardo Arruda, que é contra a proibição do comércio legal de armas, afirmou que os dados da pesquisa que indicam a maioria das vítimas desconhece os autores derruba a tese dos defensores. "Mostra que as vítimas são atacadas por criminosos."
 

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