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11/10/2005 - 23h42

Metalúrgicos da CUT defendem "não" em referendo na frente da Taurus

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Metalúrgicos da região metropolitana de Porto Alegre reuniram cerca de mil pessoas na tarde desta terça-feira, em frente à fábrica da Taurus, na zona norte da capital gaúcha, para protestar contra o referendo sobre o desarmamento, defendendo o "não".

A Brigada Militar estimou o número de manifestantes em 500. Dentre os manifestantes, estavam, em sua maioria, funcionários da empresa que pararam de trabalhar às 17h. Nos discursos, o conteúdo, invariavelmente, reclamava dos empregos que podem ser fechados em razão da eventual proibição da comercialização de armamentos.

Segundo o diretor de formação do Stimepa (Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre), Lírio Segalla Rosa, "desarmar inocentes" não é solução contra a violência. "Até porque o Estatuto do Desarmamento já resolve bem essa questão da arma."

Segalla, que é funcionário da Taurus, afirmou que a empresa está em sintonia com o sindicato nessa questão, mas não se manifesta por um princípio de política interna: o de evitar transparecer que legisla em causa própria. A Forjas Taurus é a maior indústria de armas do Brasil.

O sindicado, apesar de ser a ela filiado, enfrenta a orientação da CUT de ser a favor do "sim" ao desarmamento. Houve uma caminhada pela avenida Assis Brasil e distribuição de panfletos para a população.

"Nossa manifestação é um sucesso, e a adesão das pessoas é clara. Somos filiados à CUT e a respeitamos o apoio ao 'sim'. Mesmo assim, temos a nossa posição e não podemos aceitar o desemprego e uma solução inadequada", disse Claudir Nespolo, presidente do sindicato.

De acordo com o Nespolo, "se proibido o comércio legal de armas no país, a categoria dos metalúrgicos perderá cerca de 6 mil empregos".

"Para a categoria, o referendo não serve para tirar armas ilegais das pessoas de bem, nem tirar armas de bandidos, pois o Estatuto do Desarmamento e o Código Penal já determinam que isso seja feito. Mas o Estado não cumpre com o seu papel de fazer com que as leis sejam cumpridas e joga a culpa pela criminalidade sobre a indústria de armas brasileira", diz nota do sindicato.

"O que há de mais grave nisso tudo, é que o referendo que quer proibir o comércio de armas irá servir, se for aprovado, apenas às empresas estrangeiras, que estão de olho no mercado nacional de armas, e são concorrentes das empresas brasileiras de armas no mercado mundial."

Especial
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