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16/10/2005
-
03h59
FERNANDA BASSETTE
da Folha de S.Paulo
Plantas aparentemente inofensivas e amplamente utilizadas para fazer chás podem reduzir a eficácia ou potencializar os efeitos colaterais dos medicamentos anti-retrovirais utilizados no tratamento de pacientes com Aids.
Os principais chás que demonstraram interagir quimicamente com os medicamentos são os de camomila, de hortelã, de boldo, mate, de alho e de confrei.
Os resultados foram obtidos pela farmacêutica-clínica e professora da UnB (Universidade de Brasília) Paloma Sales, que estudou a composição química de 53 tipos de plantas que os pacientes em tratamento no hospital universitário disseram consumir com alguma freqüência.
Desse total, 33 plantas demonstraram interação com os medicamentos do coquetel anti-retroviral. "Essas interações nos medicamentos podem alterar os efeitos farmacológicos da terapia, com a possibilidade de reduzir a sua eficácia, além de aumentar os efeitos colaterais produzidos pelos medicamentos", afirmou Paloma.
Os chás de hortelã e camomila, por exemplo, podem aumentar os efeitos colaterais porque inibem as enzimas hepáticas (citocromo P450), que têm a função de metabolizar alguns medicamentos. "Sem a metabolização adequada, aumentam a concentração do remédio no organismo e também os efeitos colaterais", diz.
O chá ou as cápsulas de alho, popularmente utilizados como remédio natural para combater o colesterol, também têm efeitos comprovados que interferem no tratamento da Aids. "Já está comprovado que o alho induz a ação das enzimas hepáticas e reduz os efeitos do saquinavir, um inibidor da enzima protease", explica a farmacêutica.
Segundo Paloma, é necessário alertar os pacientes sobre a questão da interação medicamentosa porque, na maioria dos casos, os chás são utilizados para "melhorar a terapia". "Mas nem sempre as plantas são inofensivas. O aumento dos efeitos colaterais pode resultar em uma redução na adesão ao tratamento", alerta.
De acordo com a infectologista Eliane Souza Fonseca, do Centro de Treinamento e Referência DST/Aids de São Paulo, os resultados das interações medicamentosas ainda são recentes e, por isso, é necessário que os médicos orientem os pacientes sobre os efeitos das plantas no tratamento.
"Algumas medicações têm horários específicos para agir. Não devemos proibir o consumo de chás, mas sim afastar a ingestão do chá no momento em que o paciente toma o anti-retroviral. Mas isso só será possível com acompanhamento médico adequado", afirma a infectologista.
Chás podem alterar efeito de medicamentos contra Aids
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da Folha de S.Paulo
Plantas aparentemente inofensivas e amplamente utilizadas para fazer chás podem reduzir a eficácia ou potencializar os efeitos colaterais dos medicamentos anti-retrovirais utilizados no tratamento de pacientes com Aids.
Os principais chás que demonstraram interagir quimicamente com os medicamentos são os de camomila, de hortelã, de boldo, mate, de alho e de confrei.
Os resultados foram obtidos pela farmacêutica-clínica e professora da UnB (Universidade de Brasília) Paloma Sales, que estudou a composição química de 53 tipos de plantas que os pacientes em tratamento no hospital universitário disseram consumir com alguma freqüência.
Desse total, 33 plantas demonstraram interação com os medicamentos do coquetel anti-retroviral. "Essas interações nos medicamentos podem alterar os efeitos farmacológicos da terapia, com a possibilidade de reduzir a sua eficácia, além de aumentar os efeitos colaterais produzidos pelos medicamentos", afirmou Paloma.
Os chás de hortelã e camomila, por exemplo, podem aumentar os efeitos colaterais porque inibem as enzimas hepáticas (citocromo P450), que têm a função de metabolizar alguns medicamentos. "Sem a metabolização adequada, aumentam a concentração do remédio no organismo e também os efeitos colaterais", diz.
O chá ou as cápsulas de alho, popularmente utilizados como remédio natural para combater o colesterol, também têm efeitos comprovados que interferem no tratamento da Aids. "Já está comprovado que o alho induz a ação das enzimas hepáticas e reduz os efeitos do saquinavir, um inibidor da enzima protease", explica a farmacêutica.
Segundo Paloma, é necessário alertar os pacientes sobre a questão da interação medicamentosa porque, na maioria dos casos, os chás são utilizados para "melhorar a terapia". "Mas nem sempre as plantas são inofensivas. O aumento dos efeitos colaterais pode resultar em uma redução na adesão ao tratamento", alerta.
De acordo com a infectologista Eliane Souza Fonseca, do Centro de Treinamento e Referência DST/Aids de São Paulo, os resultados das interações medicamentosas ainda são recentes e, por isso, é necessário que os médicos orientem os pacientes sobre os efeitos das plantas no tratamento.
"Algumas medicações têm horários específicos para agir. Não devemos proibir o consumo de chás, mas sim afastar a ingestão do chá no momento em que o paciente toma o anti-retroviral. Mas isso só será possível com acompanhamento médico adequado", afirma a infectologista.
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