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17/10/2005
-
22h23
MARIANA CAMPOS
da Agência Folha, em Santos
A Delegacia do Porto de Santos (litoral de São Paulo), instaurou um inquérito para apurar a atuação de um grupo de pessoas supostamente ligadas ao empresário Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, no cais santista.
Naldinho foi preso no dia 6 de junho em uma operação do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) durante a qual também foi preso Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, filho de Pelé. Naldinho é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Baixada Santista.
Segundo o delegado Paulo Fernando Felipe, os investigados são trabalhadores portuários, além de pessoas ligadas ao Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra) e ao Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários).
"Quero esclarecer bem que não há nada contra esses órgãos. O que existe é alguma coisa, que ainda estamos apurando, contra pessoas ligadas a essas instituições", disse Felipe.
O delegado afirmou que a investigação começou com uma carta anônima recebida pela polícia, que denunciava um suposto esquema de indicações de trabalhadores sazonais (temporários) que seriam ligados a Naldinho.
Essas indicações teriam começado a acontecer após o cancelamento de um concurso do Ogmo realizado para contratar trabalhadores em julho de 2004. Os indicados utilizariam o cais como uma porta para o exterior para praticar crimes como tráfico de drogas e armas, além de roubo de cargas.
Segundo Felipe, a delegacia fez um levantamento nos nomes de 447 trabalhadores sazonais contratados sem concurso desde então e constatou que 30% deles tinham passagens pela polícia. "Desses 30%, 55% têm passagens ligadas à Lei do Entorpecente. Os outros 45% têm passagens por envolvimentos com outros crimes", afirmou o delegado.
A polícia disse que o próximo passo será cruzar informações com o Denarc. Ao menos dez testemunhas já foram ouvidas. Estima-se que ao menos outras 40 tenham de depor.
Outro lado
O advogado Eduardo Elias, que defende Naldinho, afirmou achar estranho a polícia iniciar uma investigação em razão de uma denúncia em um papel apócrifo. Além disso, ele disse que o Denarc nunca divulgou, nas 5.000 horas de gravações telefônicas que afirma ter, conversas de Naldinho sobre o assunto.
O diretor-superintendente do Ogmo, Eduardo Geraldini, afirmou que os trabalhadores contratados em caráter temporário são atualmente 342 e que eles apresentaram certidão negativa de antecedentes criminais.
O Sopesp informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que tomou conhecimento de investigações policiais e se dispôs a apoiar integralmente a polícia.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Naldinho
Leia o que já foi publicado sobre tráfico na Baixada Santista
Polícia investiga possível influência de Naldinho no porto de Santos
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da Agência Folha, em Santos
A Delegacia do Porto de Santos (litoral de São Paulo), instaurou um inquérito para apurar a atuação de um grupo de pessoas supostamente ligadas ao empresário Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, no cais santista.
Naldinho foi preso no dia 6 de junho em uma operação do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) durante a qual também foi preso Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, filho de Pelé. Naldinho é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Baixada Santista.
Segundo o delegado Paulo Fernando Felipe, os investigados são trabalhadores portuários, além de pessoas ligadas ao Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra) e ao Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários).
"Quero esclarecer bem que não há nada contra esses órgãos. O que existe é alguma coisa, que ainda estamos apurando, contra pessoas ligadas a essas instituições", disse Felipe.
O delegado afirmou que a investigação começou com uma carta anônima recebida pela polícia, que denunciava um suposto esquema de indicações de trabalhadores sazonais (temporários) que seriam ligados a Naldinho.
Essas indicações teriam começado a acontecer após o cancelamento de um concurso do Ogmo realizado para contratar trabalhadores em julho de 2004. Os indicados utilizariam o cais como uma porta para o exterior para praticar crimes como tráfico de drogas e armas, além de roubo de cargas.
Segundo Felipe, a delegacia fez um levantamento nos nomes de 447 trabalhadores sazonais contratados sem concurso desde então e constatou que 30% deles tinham passagens pela polícia. "Desses 30%, 55% têm passagens ligadas à Lei do Entorpecente. Os outros 45% têm passagens por envolvimentos com outros crimes", afirmou o delegado.
A polícia disse que o próximo passo será cruzar informações com o Denarc. Ao menos dez testemunhas já foram ouvidas. Estima-se que ao menos outras 40 tenham de depor.
Outro lado
O advogado Eduardo Elias, que defende Naldinho, afirmou achar estranho a polícia iniciar uma investigação em razão de uma denúncia em um papel apócrifo. Além disso, ele disse que o Denarc nunca divulgou, nas 5.000 horas de gravações telefônicas que afirma ter, conversas de Naldinho sobre o assunto.
O diretor-superintendente do Ogmo, Eduardo Geraldini, afirmou que os trabalhadores contratados em caráter temporário são atualmente 342 e que eles apresentaram certidão negativa de antecedentes criminais.
O Sopesp informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que tomou conhecimento de investigações policiais e se dispôs a apoiar integralmente a polícia.
Especial
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