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23/10/2005 - 09h42

Governo acusa índios de invadir parque

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AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente acusa índios da aldeia indígena guarani Tekoa Pyau de invadir área do Parque Estadual do Jaraguá, localizado na zona norte de São Paulo.

Segundo a secretaria, há uma confusão na demarcação do território desde o ano passado e, na semana passada, os índios entraram em terreno do parque para plantar palmeiras (de onde extrairão palmito). Os índios, entretanto, negam a invasão.

"Nossa atitude tem sido de não confrontar, mas de dialogar. Desde segunda-feira [passada] tentamos contato com a administração regional da Funai em Bauru, mas só ontem conseguimos", diz a geógrafa do Instituto Florestal Kátia Mazzei, coordenadora dos parques estaduais da região metropolitana de São Paulo.

De acordo com ela, já ocorreu um início de desmatamento na área invadida para o posterior plantio de palmeira. "Por enquanto, há um dano pequeno para ser recuperado. Mas não temos como saber ainda até onde isso vai chegar. Há uma área equivalente a de um campo de futebol que pode ser ocupada", diz.

O parque abriga o pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade de São Paulo, que fica a 1.135 metros acima do nível do mar e de onde se tem uma vista privilegiada da capital do Estado.

Na opinião de Mazzei, a invasão da área é prejudicial a todo os paulistanos. "O parque recebe 10 mil pessoas aos finais de semana. E os visitantes correm o risco de perder esse cenário", afirma.

O momento mais tenso da semana, segundo a geógrafa, aconteceu na quarta-feira. "Ameaçaram invadir uma casa que fica dentro do parque, onde mora uma mulher com três filhos", diz.

A aldeia Tekoa Pyau (que significa aldeia nova em tupi-guarani) tem 210 moradores --97 deles são crianças. O local lembra uma favela, e os índios moram em barracos de madeira.

Segundo o cacique José Fernandes, a área usada é dos índios, que têm feito a limpeza do terreno para plantar árvores diversas. O cacique disse que, apesar da acusação de invasão feita pela secretaria, não houve nenhum tipo de violência contra a população indígena que vive no local.

De acordo com o índio Alísio Gabriel Tupã Mirim, nenhuma vegetação do parque foi cortada. "Os índios apenas carpiram a área para poder começar a plantar as árvores nativas que recebemos", afirma Tupã Mirim.

Delimitações

A Funai (Fundação Nacional do Índio) diz que na próxima quinta-feira dois funcionários da fundação irão ao Jaraguá verificar os limites da área e recolocar as marcações para delimitar corretamente o terreno.

Em visita realizada no dia 16 de setembro, quando já havia uma tensão em razão dos limites do território, funcionários se certificaram de que os índios estavam dentro da área delimitada.

Segundo a Funai, somente após a avaliação da próxima semana é que poderá ser investigado se houve ou não desmatamento na área do parque.

Especial
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