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24/10/2005 - 08h43

PF investiga chefe da Polícia Civil do Rio

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da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal abrirá inquérito nessa semana para investigar o envolvimento do chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Álvaro Lins, com máquinas caça-níqueis na zona oeste da cidade, principalmente nos bairros de Jacarepaguá e Bangu.

Policiais civis, militares e federais também são alvos dos investigadores. O inquérito será aberto a pedido do Ministério Público Federal, a partir de denúncias de que Lins teria praticado o crime de prevaricação ao deixar de denunciar às autoridades federais a existência de componentes eletrônicos contrabandeados em máquinas da empresa West Games, apreendidas no início do ano.

Ontem, a reportagem tentou entrar em contato com Álvaro Lins, com seus assessores diretos e com o subchefe de Polícia Civil do Rio, delegado José Renato, através de telefones celulares fornecidos pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública. Nenhum deles retornou as ligações.

As apreensões de máquinas caça-níqueis na zona oeste do Rio, determinadas por Álvaro Lins, ocorreram entre maio e junho deste ano. Foram apreendidas pouco mais de 1.000 máquinas da empresa Ivegê Indústria de Vídeo Games Ltda. e cerca de 200 da West Rio Games Ltda.

Os caça-níqueis da West Games foram devolvidos sem que fossem investigadas as suas respectivas DIs (Declaração de Importação) com os impostos pagos.

A Ivegê pertenceria a Fernando Iggnácio de Miranda, genro do falecido banqueiro de bicho do Rio Castor de Andrade, morto em 1996. A West Games seria dos irmãos Rogério e Renato Andrade, sobrinhos de Castor. Há um ano os dois grupos lutam pelo controle do jogo em de caça-níqueis em bares e padarias da zona oeste do Rio. Doze pessoas já morreram no conflito desde 2004.

As investigações da PF apuram também remessas de milhões de dólares para o exterior, que teriam sido feitas pela empresa West Games por meio de um cartório do Centro do Rio e empresas de fachada em outros estados e países, inclusive off-shores no Uruguai.

As investigações estão sendo coordenadas pelo delegado Marcelo Nogueira de Souza, da Delegacia Fazendária da PF do Rio.

"Estamos abrindo o inquérito, seguindo determinação do Ministério Público Federal do Rio", disse o delegado.

Os investigadores federais consideram importante a troca de informações com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que, por meio da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), reuniu elementos para elucidar o envolvimento de policiais com a contravenção na cidade. Pelo menos 15 policiais militares, do batalhão de Bangu, estão sob investigação da Draco por conta de um suposto envolvimento com a empresa de Rogério e Renato Andrade. Ambos são foragidos da Justiça e têm condenação por envolvimento na morte de seu primo, Paulinho Andrade, assassinado a tiros na Barra da Tijuca em 2001.

Fitas de vídeo, às quais a Folha teve acesso, mostram policiais civis do Rio confraternizando em um bar com membros da segurança da West Games.

Nas imagens, os policiais circulam por uma rua em Bangu e sentam na mesma mesa de Aluízio Garcia, apontado como o chefe da segurança da firma de Rogério e Renato Andrade. Além da Ivegê e da West Games, policiais federais e civis entraram na disputa pelo controle dos caça-níqueis de Bangu, criando uma terceira empresa e instalando máquinas em bares e padarias daquele bairro.

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