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28/10/2005 - 11h02

Seqüestros crescem em SP; homicídios caem

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VICTOR RAMOS
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

As estatísticas criminais do terceiro trimestre deste ano trazem um motivo de preocupação e outro de alívio para a população paulista em relação aos crimes violentos. O seqüestro cresce, principalmente no interior do Estado. Os homicídios dolosos (com intenção), por sua vez, confirmam tendência de queda.

Segundo dados de julho a setembro de 2005, divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública, ocorreram 35 seqüestros --com cativeiro e pedido de resgate à família da vítima-- no Estado. Foram sete a mais do que no mesmo período do ano passado.

Na capital paulista, a tendência é de queda: ocorreram 16 seqüestros entre julho e setembro, seis a menos do que no terceiro trimestre de 2004. Mas é no restante do Estado que os registros crescem.

Na Grande São Paulo, ocorreram oito casos, contra três no mesmo período de 2004. No interior, onde o aumento é mais acentuado, foram 11 seqüestros contra três, levando em consideração o terceiro trimestre dos dois anos.

A tendência de aumento de registros, principalmente no interior, é verificada desde o começo do ano. De janeiro a setembro, foram 29 seqüestros no interior, contra 16 no mesmo período do ano passado. Na comparação desses mesmos períodos, o Estado registrou neste ano 91 casos contra 83, a Grande São Paulo teve 15 ocorrências contra dez, e a capital paulista 47 casos contra 57.

O crescimento em 2005 alterou a tendência de registros desse tipo de crime. O seqüestro apresentou queda no terceiro e quarto trimestres de 2004 --especialistas defendem a comparação com mesmos períodos do ano anterior por causa da sazonalidade, ou seja, o número de registros por crime varia conforme o período do ano.

Em maio deste ano, quando os números do interior já preocupavam, a polícia realizou uma reunião emergencial na DAS (Divisão Anti-Seqüestro). Foram convocados delegados de todo o Estado que investigam seqüestros, homicídios e roubos de carga. Isso porque quadrilhas estariam migrando para o seqüestro.

A região de Campinas foi apontada como a mais problemática. Na época, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que a reorganização de antigas quadrilhas de seqüestradores no interior explicariam as estatísticas.

Ontem, porém, o secretário negou tendência de aumento. Segundo ele, a variação está dentro de uma "faixa aceitável" e que, "como se trabalha com número pequeno, qualquer aumento no número de seqüestros representa uma variação percentual grande".

Homicídios

Também segundo estatísticas do terceiro trimestre, os homicídios dolosos registraram queda de 26% no Estado. Foram 1.653 casos contra 2.243 no mesmo período de 2004. A maior redução ocorreu na capital: 584 mortes, 28,52% a menos. No segundo trimestre deste ano, o Estado já apresentava queda de 23% no número de homicídios.

Dados do relatório 'Vidas Poupadas', realizado pela Unesco e pelo governo federal, mostram que o número de mortes violentas está em tendência de queda no país. Segundo o documento, foram 36.119 mortes por arma de fogo no país em 2004, 8,2% a menos do que no ano anterior.

Para Abreu, a redução em São Paulo também está relacionada aos gastos do Estado com segurança. Mas ele reconhece que o Estatuto do Desarmamento contribuiu para a redução.

Patrimônio

Entre os crimes patrimoniais, as estatísticas revelam aumento nos casos de furto de veículo e de roubos em geral. De julho a setembro, foram 29.675 furtos de carros no Estado, 3,64% a mais do que em 2004. A Grande São Paulo foi a região mais problemática, com aumento de 8,34%.

Na capital, o aumento nos furtos de veículos foi de 4,36%. No interior, o número de registros praticamente não se alterou: passou de 9.748 para 9.756.

Na estatística de roubos em geral --excluindo o roubo de veículo--, o Estado registrou crescimento de 2,61% (58.055 roubos), e o interior, 5,49%. Na Grande São Paulo, o crescimento foi de 2,25%, e na capital, 1%.

"A faixa etária de quem comete o roubo vai de 16 a 23 anos e corresponde a 85% da massa carcerária. É a faixa de querer ter as coisas. Nós só podemos prender o ladrão e mostrar que o crime não compensa", disse o secretário.

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