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04/11/2005 - 22h14

Ibama não tem estrutura para frear fogo na BA, dizem ambientalistas

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THIAGO REIS
da Agência Folha

O coordenador-executivo do Gambá (Grupo Ambientalista da Bahia), Renato Cunha, afirmou nesta sexta-feira que a estrutura do Ibama não é adequada para frear o incêndio que já devastou quase 10% do Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA).

Segundo Cunha, "o pessoal está disposto, mas não há preparo e faltam equipamentos". Quase 300 homens trabalham na contenção do fogo.

O gerente de fogo do Ibama no parque, Luiz Coslope, admite que há "deficiências". Segundo ele, há apenas dois veículos e um deles está quebrado. Há apenas quatro analistas ambientais para cuidar da área de 152 mil hectares, diz.

"Estamos longe do ideal. Mas nos esforçamos para dar o apoio logístico: transporte, alimentação e meios de comunicação, apesar de não termos a contento, para as brigadas voluntárias. Elas são treinadas pelo órgão."

Para Cunha, o incêndio que atinge a Chapada é um dos mais violentos dos últimos anos. De acordo com Coslope, no ano passado, cerca de 18 mil hectares foram atingidos. O fogo só teve início, entretanto, após o dia 12 de novembro.

"Estamos preocupados, porque ainda não entramos na fase mais crítica", afirma. As temperaturas estão próximas de 40ºC, e o clima continua seco. Não há previsão de chuva nos próximos dias.

Nesta sexta-feira, focos ressurgiram no interior do parque. Bombeiros que montaram uma base móvel na Chapada se deslocavam para contê-los. O Ibama sustenta que o incêndio está "sob controle"; 15 mil hectares foram destruídos.

Um helicóptero do governo do Estado chegou como reforço. Agora, são três aeronaves. O Ibama ainda não conseguiu levantar o impacto na fauna. "Há várias cobras mortas e ninhos de aves destruídos, mas mamíferos não foram encontrados", afirma Coslope.

Segundo ele, nos sobrevôos é possível sentir "o cheiro de carne queimada". Espécies endêmicas (típicas da região) correm o risco de desaparecer. O beija-flor-de-gravata-vermelha é um exemplo. O macaco-prego-do-peito-amarelo também está ameaçado de extinção, mas o fogo ainda não atingiu a espécie no parque, diz o órgão.

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