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10/11/2005
-
09h53
THIAGO GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo
Uma escultura em posse de colecionadores particulares teve sua autoria atribuída a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), por um restaurador radicado em Ouro Preto (89 km a sul de Belo Horizonte).
Para o restaurador José Efigênio Coelho, a escultura em madeira policromada de são Francisco de Sales, encaminhada a ele para análise por um casal de Belo Horizonte (MG), é obra que remete à última fase de Aleijadinho.
A última fase da produção do famoso artista mineiro é conhecida como "Congonhas" --são obras elaboradas por volta do ano de 1800--, por incluir as esculturas dos 12 profetas, feitas em pedra-sabão e que adornam o adro do santuário Bom Jesus de Matosinhos, na cidade histórica de Minas Gerais.
Coelho afirmou ter encontrado semelhanças entre a escultura analisada --de 20 cm de altura por 6,5 cm de largura-- e as estátuas de dois profetas de Congonhas: Isaías e Daniel.
O restaurador relacionou aspectos da escultura do santo com os ângulos, os movimentos das roupas e os vestígios dos rostos dos profetas, entre outros pontos.
Bom estado
Embora esteja sem as mãos e com o rosto danificado, a escultura de são Francisco de Sales está em bom estado de conservação, conforma avaliação de Coelho.
Segundo o restaurador, o casal proprietário da escultura não pretende se identificar.
Em agosto, o restaurador já havia atribuído a Aleijadinho uma escultura de são José de Botas, também encaminhada a ele por uma família de Belo Horizonte.
O restaurador estima que cerca de 200 obras de Aleijadinho continuem sem identificação de autoria, a maior parte compondo coleções particulares.
Divergência
Órgãos do patrimônio histórico e artístico, no entanto, não afiançam essa estimativa de Coelho.
Segundo a diretora de Proteção e Memória do Iepha (órgão estadual de patrimônio de Minas Gerais), Selma Miranda, o tombamento individual de peças não é um procedimento comum. Inventários da obra de um artista são mais usuais, explicou.
No caso de Aleijadinho, disse Miranda, o Iphan (órgão federal de patrimônio) já inventariou peças de sua autoria que compõem bens tombados pelo órgão. Falta ainda relacionar as obras de Aleijadinho que estão em coleções particulares, museus e igrejas não tombados.
Sobre as atribuições de autoria feitas pelo restaurador de Ouro Preto, a diretora do Iepha afirma que as peças ainda precisam ser submetidas a outras análises.
Só com novas opiniões é que pode ser garantida a confiabilidade do resultado.
Segundo ela, os órgãos de patrimônio podem requisitar as peças para análise, mas ainda não há nada previsto nesse sentido.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre obras de Aleijadinho
Escultura é atribuída a Aleijadinho
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da Folha de S.Paulo
Uma escultura em posse de colecionadores particulares teve sua autoria atribuída a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), por um restaurador radicado em Ouro Preto (89 km a sul de Belo Horizonte).
Para o restaurador José Efigênio Coelho, a escultura em madeira policromada de são Francisco de Sales, encaminhada a ele para análise por um casal de Belo Horizonte (MG), é obra que remete à última fase de Aleijadinho.
A última fase da produção do famoso artista mineiro é conhecida como "Congonhas" --são obras elaboradas por volta do ano de 1800--, por incluir as esculturas dos 12 profetas, feitas em pedra-sabão e que adornam o adro do santuário Bom Jesus de Matosinhos, na cidade histórica de Minas Gerais.
Coelho afirmou ter encontrado semelhanças entre a escultura analisada --de 20 cm de altura por 6,5 cm de largura-- e as estátuas de dois profetas de Congonhas: Isaías e Daniel.
O restaurador relacionou aspectos da escultura do santo com os ângulos, os movimentos das roupas e os vestígios dos rostos dos profetas, entre outros pontos.
Bom estado
Embora esteja sem as mãos e com o rosto danificado, a escultura de são Francisco de Sales está em bom estado de conservação, conforma avaliação de Coelho.
Segundo o restaurador, o casal proprietário da escultura não pretende se identificar.
Em agosto, o restaurador já havia atribuído a Aleijadinho uma escultura de são José de Botas, também encaminhada a ele por uma família de Belo Horizonte.
O restaurador estima que cerca de 200 obras de Aleijadinho continuem sem identificação de autoria, a maior parte compondo coleções particulares.
Divergência
Órgãos do patrimônio histórico e artístico, no entanto, não afiançam essa estimativa de Coelho.
Segundo a diretora de Proteção e Memória do Iepha (órgão estadual de patrimônio de Minas Gerais), Selma Miranda, o tombamento individual de peças não é um procedimento comum. Inventários da obra de um artista são mais usuais, explicou.
No caso de Aleijadinho, disse Miranda, o Iphan (órgão federal de patrimônio) já inventariou peças de sua autoria que compõem bens tombados pelo órgão. Falta ainda relacionar as obras de Aleijadinho que estão em coleções particulares, museus e igrejas não tombados.
Sobre as atribuições de autoria feitas pelo restaurador de Ouro Preto, a diretora do Iepha afirma que as peças ainda precisam ser submetidas a outras análises.
Só com novas opiniões é que pode ser garantida a confiabilidade do resultado.
Segundo ela, os órgãos de patrimônio podem requisitar as peças para análise, mas ainda não há nada previsto nesse sentido.
Especial
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