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14/11/2005 - 22h30

Servidores são presos acusados de obstruir investigação de morte em presídio

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

Três servidores do sistema prisional de Alagoas, entre eles o diretor de Disciplina do presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, foram presos temporariamente nesta segunda-feira, acusados de obstruir a investigação da morte de Fernando Fidélis, ocorrida dentro do presídio, em outubro passado.

O secretário de Ressocialização do Estado, Valter Gama, e o diretor-geral do presídio, Jair Macário, também tiveram a prisão decretada pela Justiça na sexta-feira (11). Os dois são delegados de polícia aposentados e, até o final da tarde de ontem, continuavam foragidos.

Além do diretor Mário Jorge Bezerra, se apresentaram ontem à Polícia Federal, o chefe da guarda do presídio, José Jorge Santos de Oliveira, e o agente penitenciário Cristiano Ferreira Souza, que estavam em serviço no dia da morte.

O Ministério Público do Estado está ouvindo o depoimento de presos que testemunharam o assassinato. Segundo o promotor Marcos Mousinho, há a suspeita de participação de pessoas do sistema prisional na morte.

Tanto o advogado Julio César Cavalcante, que representa os três servidores, como Fernando Maciel, que defende o secretário e o diretor geral, afirmaram que seus clientes não tiveram envolvimento na morte nem dificultaram as investigações.

O delegado Valdir Carvalho, do 6º Distrito Policial, também teve a prisão decretada, mas se beneficiou de um habeas corpus preventivo dado pelo Tribunal de Justiça na sexta-feira.

O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público do Estado e abriu uma crise entre o órgão e a Polícia Civil do Estado.

Para o diretor-geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, o pedido de prisão foi "precipitado".

"Para mim, apesar de não ter tido acesso aos autos, houve precipitação [no pedido de prisão] por parte dos promotores, pois não há elementos para isso", disse Davino.

O presidente da Adepol (Associação de Delegados de Polícia de Alagoas), Antônio Carlos Lessa, disse que o pedido de prisão pode abrir precedentes perigosos.

"Nos preocupa muito esses depoimentos dados por pessoas sentenciadas contra delegados de polícia. Amanhã, qualquer autoridade pode vir a ser denunciada por um sentenciado e ter sua prisão decretada", disse Lessa.

Para o promotor Marcos Mousinho há elementos suficientes para pedir a prisão temporária. "A prisão temporária foi pedida para que a investigação fluísse com mais tranqüilidade. Está havendo um obstáculo incrível do diretor e do secretário", disse Mousinho.

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